Ainda que num contexto circunstancial
diferente, por mais que se evite, num eterno retorno às origens, o homem, como
escravo da memória, preso a um pretérito que teima em não largar e chamar a si,
voltará sempre ao seu ponto de partida. Sabe-se que, na maioria das vezes, esta
necessidade de mergulhar no passado é passageira. É o ir ao fundo e voltar
novamente à superfície. Numa busca incessante de sensações novas, em paradoxo,
porque o novo já está esgotado e já não dá mais, procura-se o velho para reviver
as recordações de antanho e, ao mesmo tempo, como se fosse possível fazer andar
a roda do tempo para trás, para sentirmos o mesmo de umas décadas recuadas. Mas
o tempo, tal como a corrente do rio que passa sempre com um caudal variado e
parece sempre a mesma, não é mais igual. Água e tempo confundem-se nos
interstícios da humanidade. A primeira, a água, dá vida e o segundo, o tempo, na
forma como o entendemos, através do envelhecimento retira paulatinamente a
existência. Por outro lado, ainda, tal como o líquido cristalino a correr
debaixo da ponte, umas vezes, achamos que o tempo está sempre em mudança, outras,
que está sempre tudo igual. Está? Ou não está? Essa é a questão! Sem pretender
responder, uma coisa é certa, se não tivéssemos inventado o relógio para o
partir em gomos o tempo seria sempre e infinitamente igual. Contrariamente ao
que se afirma, somos nós que passamos por ele e não o contrário.
E comecei com esta longa introdução porque
hoje, à hora do almoço, encontrei o Ricardo Moreira e o Luís Neiva a
publicitarem a “velha” Gorila nas Ruas largas da Baixa. Um entregava gratuitamente
o jornal Metro e outro oferecia pastilhas Gorila. Foram-me adiantando que esta
campanha de relançamento da “bubble gum”, a tão nossa conhecida chiclete que
marcou a minha geração, é uma parceria entre o jornal Metro e a empresa
detentora da marca Gorila, a Lusiteca. Felicidade para todos.
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