sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

EM BUSCA DA TRADIÇÃO E DO TEMPO PERDIDO



Ainda que num contexto circunstancial diferente, por mais que se evite, num eterno retorno às origens, o homem, como escravo da memória, preso a um pretérito que teima em não largar e chamar a si, voltará sempre ao seu ponto de partida. Sabe-se que, na maioria das vezes, esta necessidade de mergulhar no passado é passageira. É o ir ao fundo e voltar novamente à superfície. Numa busca incessante de sensações novas, em paradoxo, porque o novo já está esgotado e já não dá mais, procura-se o velho para reviver as recordações de antanho e, ao mesmo tempo, como se fosse possível fazer andar a roda do tempo para trás, para sentirmos o mesmo de umas décadas recuadas. Mas o tempo, tal como a corrente do rio que passa sempre com um caudal variado e parece sempre a mesma, não é mais igual. Água e tempo confundem-se nos interstícios da humanidade. A primeira, a água, dá vida e o segundo, o tempo, na forma como o entendemos, através do envelhecimento retira paulatinamente a existência. Por outro lado, ainda, tal como o líquido cristalino a correr debaixo da ponte, umas vezes, achamos que o tempo está sempre em mudança, outras, que está sempre tudo igual. Está? Ou não está? Essa é a questão! Sem pretender responder, uma coisa é certa, se não tivéssemos inventado o relógio para o partir em gomos o tempo seria sempre e infinitamente igual. Contrariamente ao que se afirma, somos nós que passamos por ele e não o contrário.
E comecei com esta longa introdução porque hoje, à hora do almoço, encontrei o Ricardo Moreira e o Luís Neiva a publicitarem a “velha” Gorila nas Ruas largas da Baixa. Um entregava gratuitamente o jornal Metro e outro oferecia pastilhas Gorila. Foram-me adiantando que esta campanha de relançamento da “bubble gum”, a tão nossa conhecida chiclete que marcou a minha geração, é uma parceria entre o jornal Metro e a empresa detentora da marca Gorila, a Lusiteca. Felicidade para todos.

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