HINO À CIDADE PERDIDA
“Olhem, tenham
dó”,
gritava a cigana,
“tenho dez filhos e “mi home,
entrevadinho”,
está na cama, coitadinho, e não pode trabalhar;
Davam
uma
moeda,
tinham
compaixão,
na outra esquina um ceguinho repetia a
lengalenga
trauteada em oração;
No largo
em
frente
jogavam à moeda,
e entre um copo e uma sardinha na tasca da
Mariazinha
se depuravam as mágoas;
ESTA CIDADE JÁ NÃO EXISTE
SÓ NA MEMÓRIA É QUE PERSISTE
O tempo
passou
e tudo mudou,
e a minha rua que era luz, agora é triste, tem uma cruz
p’ra lembrar que pereceu;
Já nem um pregão,
um gato a miar,
só o silêncio modorrão invadiu seu
coração
e de quem teima em ficar;
ESTA CIDADE NÃO TEM VIVER
JÁ NÃO TEM VIDA, ESTÁ A MORRER.
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