(Na imagem, retirada da Web, o comandante Celso Marques)
Luís Manuel Ferreira de Brito, morador na Rua
Sargento-mor e na Baixa de Coimbra, está inconsolável. Tem duas folhas de papel
na mão que, à medida que vai falando, num tremelicar constante, se vão
hasteando ao vento como se fossem bandeiras vermelhas de indignação. Um dos
papéis é uma comunicação de uma multa da Polícia Municipal e o outro é uma
cópia, escrita em queixume, do Livro Amarelo,
ou mais vulgarmente conhecido por Livro de
Reclamações. Vamos ouvir O Luís Manuel:
“No ano passado apanhei uma multa na Rua da
Sota –uma transversal desta artéria onde resido. Há dias recebi a intimação
para liquidar a importância de 19,95 euros e, para cumprir a ordem emanada, hoje
dirigi-me à sede da Polícia Municipal para liquidar a verba indicada.
Apresentei para pagamento uma nota de dez, uma moeda de dois, duas moedas de um
euro e várias peças soltas para fazer o restante. Não aceitaram. Foi
argumentado que só recebiam notas e que a única solução era eu ir ao banco trocar.
Ainda invoquei o facto de, sendo pobre e estar desempregado, de não ter mais do
que levava, certinho, para pagar mas não me ouviram. Era assim e mais nada!
Apresentei uma reclamação escrita no livro. Já viu uma coisa destas? Isto não
parece uma coisa surreal? Assim uma espécie de partida para os apanhados, da
televisão? Eu gostava de lhe poder mostrar o quanto me sinto ofendido. Que
raio! Até parece que gozam com a pobreza! Você não acha?"
(Este texto foi enviado para a Polícia Municipal e solicitado um
comentário)
1 comentário:
Amigo:
O Sr. Ferreira Brito pode ser financeiramente pobre mas não o é na inteligência e na postura.
Indignado não perdeu o sangue frio e foi capaz de dizer não àqueles que por vezes pensam que a autoridade que possuem, quando em uniforme, não lhes foi dada pelos mesmos que fielmente deviam servir e proteger.
Penso que a um agente da segurança será esse o seu dever!
Por favor cumprimente e congratule o Sr. Ferreira Brito na sua decisão e resolução em apresentar queixa por escrito.
Ao fazê-lo não só mostrou coragem como nos prestou a todos um grande serviço cívico.
Também o fez o meu amigo ao, mais uma vez, trazer até nós conhecimento do mesmo.
Por isso o meu agradecimento aos dois:
Álvaro José da Silva Pratas Leitao
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