BALADA DA INTERROGAÇÃO
As
coisas só têm valor
quando temos um amor,
ou alguém a olhar por nós;
A solidão é ingrata
nos atiça e nos mata
e não nos larga da mão;
Se perdermos a paixão
só fica a desilusão
de um certo tempo perdido;
Ganhamos a sensação,
uma estranha ilusão
de nunca termos vivido;
Passamos a olhar o par
como um barco sente o mar,
um estranho desconhecido;
Como se fosse uma Lua
a iluminar a verdura
de um prado muito querido;
Perguntamos a pensar
o que nos fez tanto amar
uma vida a sofrer;
Que segredo ela tem,
quem sabe fosse alguém
que ela quisesse esconder?
1 comentário:
Amigo:
A realidade , hoje universal, pois a é em Tóquio, Sidney, Londres, Toronto, Moscovo, Nova York, Paris, Lisboa ou até, vejam lá Coimbra dos sem abrigo ou melhor, sejamos honestos, dos sem amigos, é preocupante.
Eu sou um dos responsáveis. Nada mais que umas moedas aqui ou ali para aliviar a fome ou sei lá, aliviar a minha consciência. Sim ela pesa-me. Passo sempre apressado e juro a mim mesmo que amanhã paro e dou-lhe umas palavrinhas. De boa vontade está o mundo cheio, bem o diz o velho ditado!
E esta minha hipocrisia não se deve ao facto de eu não saber o que é não ter abrigo. Bastou-me a condição de emigrante para o sentir na pele. Viver com a pouca roupa numa mala em casa de familiares, pedir que por amor a Deus um amigo me deixasse pernoitar na sua carpete, esperar por outro que estando empregado eu sabia que acabaria por pagar um café bem quentinho bastante doce e com muitas natas porque seria esse o meu sustento do dia.
Um dia destes agarro vergonha e vou arregaçar as mangas e tentar copiar pessoas como vocês.
Posso dizer-lhe um segredo? Foi por isso que gostei tanto do poema... Também eu já amei, antes sofrer que revelar quem eu era!
Um abraço por entre flocos de neve
Álvaro José da Silva Pratas Leitão
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