Com a chegada da Primavera, bendito seja o Sol que, como
milagre divino e numa invasão de vida, tudo move e transforma e nos mostra o que
antes estivera arrecadado. Ou não fossem as andorinhas o paradigma maior desta
enxurrada de luminosidade espiritual que, vindas do quente Norte de África, voando e saltando de um Continente para outro em busca de calor e luz, vêm alegrar as nossas vivências quotidianas.
Dentro da mesma analogia, sob um
dia resplandecente, brilhante de completa abertura aos desventurados do humor, hoje o Largo da
Freiria foi invadido pelos maravilhosos sons celestiais de um agrupamento
musical. E que grupo, digo eu ainda meio aparvalhado!?! Tratava-se da “Tu Na D´este”, a Tuna Académica da
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, sediada em São Martinho do
Bispo. Com uma precisão de relojoaria suíça, o conjunto, durante mais de uma
hora, fez parar toda a zona envolvente como as Ruas Eduardo Coelho e Padeiras.
Foi de tal modo espectacular que até os pombos nos beirais, normalmente sempre
distraídos e prontos a dar prendas aos mais incautos, pararam e era vê-los de
sentinela nas cimalhas dos prédios em redor.
Um dos membros –que por lapso não perguntei o nome- foi-me dizendo que vinham tocar para as ruas estreitas porque
a maioria dos artistas de rua, que actuam na Baixa, concentram-se nas artérias
da calçada. Tem muita razão. Eu sei. Sim, sei bem disso!
Segundo a minha informadora, esta
Tuna é constituída por cerca de meia centena de estudantes. Disse ainda que no
próximo dia 4 de Abril vão realizar o seu grande Festival de Tunas e, por isso mesmo,
eu e você e toda a restante família, incluindo o gatinho, estamos todos
convidados.
Muitos parabéns à “Tu Na D´este”. E façam o favor de
voltar!
1 comentário:
Amigo:
A sua alegria, o seu rejuvenescer de alma, bem entendidos por mim - ai se são - provocam em mim um sentimento de inveja, pecado que neste caso tenho quase a certeza a Omnipotência me perdoará.
Por aqui, o astro rei lá vai de vez em quando e com muito esforço penetrando as espessas nuvens tendo já nos últimos dias provocado que o mercúrio suba acima de zero uns pequeninos e fracos graus.
Os seus raios e o azul celeste, quando autorizados num largar de mãos do cinzento neblino, vestem, tal como na Coimbra que tanto amo, o que é inanimado com cores vivas e dão ó que respira, energia, esperança, sagacidade...
Para Platão a ideia do Bem é o arquétipo de todas as coisas boas na natureza. A Primavera é prima em generosidade.
A inveja nasce-me quando no seu artigo me apercebo do porquê da razão pela qual aqui mal conheço a Primavera. Faltam-me as enxurradas do seu paradigma!
É que aqui, andorinhas não há !
Um abraço
Álvaro José da Silva Pratas Leitao
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