Começo por confessar sem qualquer humildade que esta petição já foi utilizada em 2010. Quero dizer, portanto, que me estou a repetir e estamos perante um refugado mais que fugado e "re, re". Acontece que em 2010 funcionou. Palavra de honra! Juro que depois de mandar isto lá para cima, para o gabinete do Céu, tivemos um verão de arfar... assim como um cão com língua de fora, sequioso... não sei se estarei a ser claro. Bom, mas isso também não interessa nada. O que chateia deveras é que esta chuva chata e aborrecida, de molha tolos e curiosos, enviada lá dos confins do firmamento, sem critério e sem racionalidade, amesquinha deveras. E, por isso mesmo, antes que o caldo se entorne entre mim e o Criador, vou enviar novamente esta petição metafísica. Se concorda faça o favor de a subscrever:
Exm.º Senhor Presidente da Assembleia
da República do Céu.
Luís Fernandes, um mero terráqueo, insignificante como ó caraças, um bocado “pró feiote” -tão "bota-da-tropa", que nem a menina Ernestina, uma velhota de oitenta e picos anos, olha para ele- farto desta escandaleira de chover quase todos os dias cá no rectângulo, vem por este meio solicitar a V. Ex.ª se digne mandar criar uma comissão de inquérito a esta bandalheira.
Em juízo de valor, perdoe V. Santidade se ofende alguém, mas tudo indica que estamos perante actos de corrupção do camarada São Pedro. Perante tão notórios indícios, é mais que certo que Ele está a trabalhar –ou melhor, vendeu-se- por conta dos chineses. Como sabe, são eles que fabricam tudo o que é têxteis e guarda-chuvas. É mais que certo que o guardião dos céus “passou-se” para os lados do sol nascente. Isso até é muito fácil de constatar: antigamente, quando Portugal tinha muitas fábricas de têxteis e sombrinhas, quase que não chovia. Agora, que nem uma de abafa-chuvas existe por cá, o gestor da grande chave económica do Céu, abriu as torneiras completamente. É preciso escrever mais alguma coisa? Não é, pois não? Mas, mesmo assim, o peticionário escreve mais, porque está profundamente irritado.
Não era para pegar neste assunto, mas as enxurradas no Parque Verde –com todo o respeito pelos empresários hoteleiros, vítimas da situação-, está de ver que aqui, na decisão castigadora do Senhor São Pedro, também anda a mãozinha da corrupção. Aposto que foi a esquerda, à esquerda do PS, cá do lugarejo que corrompeu o homem que “manda-chover”. E porquê? Simplesmente para o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, poder mandar mais umas farpas ao deposto Barbosa de Melo, culpá-lo e retirar dividendos. Isto tudo até andarem os dois à murraça, como se fez na Assembleia Municipal de Penacova, cujos eleitos, por acaso, cá o rapaz não conhece pessoalmente, mas pelo que se leu na comunicação social devem ser mesmo uns amores de pessoas e que gostam de aproveitar bem o tempo livre para o exercício físico. Nem é preciso dizer que nem o Machado nem o Barbosa são nada embirrentos. Nem coisa que os valha, como os querem pintar! São suportáveis de vez em quando! Só não se podem é ver nem salpicados a ouro, mas isso também tem a ver com este tempo invernoso. Quando chegar a primavera, está de ver, passará tudo e, os dois, irão dar dois beijinhos e um abraço no hemiciclo e, numa cena de “perdoa-me”, ainda irão ser grandes amigos.
Aproveita também, e essencialmente, o signatário a oportunidade para demonstrar o seu descontentamento com o Presidente Supremo do Céu. Nesta apatia, de nem atar nem desatar, no seguimento da filosofia do “sim… não… talvez antes pelo contrário… nin”, já parece o doutor Aníbal Cavaco Silva. Tudo indica, Eminência, que nem nota o que se está a passar por aqui. As pessoas andam todas abespinhadas, ensimesmadas e a contar as pedras do chão. Esta rebaldaria não pode continuar. Merecemos respeito. Homessa! E é melhor tomar atenção antes que chamemos outra vez o Carvalho da Silva e o camarada Jerónimo para as ruas e, com um chinfrim do caraças, todos juntos, se defenda a privatização das águas da chuvas. Está de ver que São Pedro não percebe nada de gestão. Até aposto que deve ter uma licenciatura c´mó outro que veio do Brasil. Só povo, na sua douta e eterna sabedoria de nada saber e ser uma entidade abstracta de "Maria vai com as outras", será capaz de distribuir e administrar melhor a pluviosidade como deve ser.
Em nome de todos os humanos -da
Terra, obviamente-, solicitam todos os subscritores, abaixo-assinados, que
se acabe com esta pouca-vergonha. Estamos todos fartos disto! Aja decoro
na distribuição das águas!
Seguem-se as assinaturas dos descontentes:
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