A HISTÓRIA MAL CONTADA DO JORNAL i. Leia aqui.
Devemos enforcá-lo? Talvez queimá-lo na fogueira da Inquisição? É pouco, não é? Bolas, é delito de opinião! O homem vai contra a corrente! Morra o homem! Salve-se a hipocrisia societária!
Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade
de Economia do Porto
ASSUNTO: BLOGUE DO
COSME
Começo por dizer a V. Ex.ª que nunca tinha
ouvido falar do professor Pedro Cosme Vieira. Foi ao ler nos jornais o "quid pro quo", tomar uma coisa por
outra, que fui ler o seu blogue, como quem diz provar o seu veneno. Acontece
que vi, como quem diz provei, e
gostei do que li. É um blogue com um pensamento bem estruturado numa escrita
simples e entendível por todos. Usa e abusa de metáforas a cair no
politicamente incorrecto. E depois? Não pode? É diferente? É! E talvez por ser divergente,
pagando um preço pela originalidade, suscite as mais vivas reacções num país
cinzento -nem sequer é a preto e branco, maniqueísta-, formatado e com vocação
deliberada para ser conduzido para o pensamento único.
Apelo à inteligência e ao bom-senso de V. Ex.ª
não fomentar o vazio de ilegitimidade arremessando gasolina para a fogueira
mediática da idiotice de alguns arrogados intelectuais que nos deveria
envergonhar a todos. Este homem, que não conheço nem nunca vi mais gordo, em
nome de uma liberdade que apesar dos seus 41 anos apodrece de velhice, escalonada
e condicionada por alguns, tem todo o direito de se expressar livremente. De
facto, passadas mais de quatro décadas depois do 25 de Abril, começa a fazer
sentido debater o conceito de liberdade, onde começa, por onde pode caminhar e
onde termina.
Com franqueza, já me basta no mês
passado o conselho directivo da Escola da Póvoa do Lanhoso suspender uma
professora, sem provas e com base num "sururu",
na suspeita de que estaria envolvida com um seu aluno de 15 anos. Chega de
tanta injustiça, de tanta parvoíce e de tanta trapalhada!
O Blogue do professor Cosme não põe em causa o
prestígio da Faculdade de Economia do Porto. Espero, sinceramente, que não se
deixe enredar nas teias do facilitismo e a sua decisão caia para o lado do pior
que pode acontecer a uma Universidade. Defendamos o direito ao pensamento e à
livre expressão. Não foi com base nesta premissa que se condenou o ataque em Paris
ao jornal satírico Charlie Hebdo?
Atentamente
António Luís Fernandes Quintans
Sem comentários:
Enviar um comentário