Pelos vários anúncios colados em várias
esquinas da Baixa, fiquei a saber que o senhor António Virgílio Martins Rocha,
mais conhecido entre nós pelo Virgílio da
Nocamil, de 78 anos de idade, partiu para não mais voltar. O seu funeral
foi ontem. Embora sem ter muita confiança com ele, pelas algumas vezes que
trocámos impressões na sua tipografia, na Rua das Azeiteiras, e outras vezes
nestas ruas estreitas, deu para ver que era um homem afável e respeitoso. Era uma pessoa algo reservada e falava baixo, com assertividade. Guardo a melhor impressão
do senhor Virgílio.
Tentei socorrer-me de outros dados e fui à sua
tipografia, que mais que certo levou atravessada no coração, para saber mais
informações. Fiquei a saber que o Virgílio, que agora nos deixou, conjuntamente
com mais três sócios, vindo da Nova Casa Minerva –uma tipografia que existiu na
Rua Adelino Veiga, no espaço, hoje, da sapataria
Valise-, onde era empregado, abriram a Nocamil em 1973.
Segundo um funcionário desta
reconhecida tipografia de Coimbra, era muito amigo de todos e de grande
generosidade. Com esta sua partida leva com ele também um pouco do espírito da
casa que ajudou a criar. “O senhor Virgílio
era alma deste estabelecimento de impressão”, diz-me o empregado com alguma
emoção. Vamos todos sentir a falta da sua frase identificativa: “Ó rapaz!”
Para toda a sua família, em nome da Baixa, se
posso escrever assim, nesta hora difícil e de grande sofrimento, um grande
abraço de solidariedade e os nossos sentidos pêsames.
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