UM ABRAÇO
Eu queria dar-te um abraço do tamanho do mundo,
como um raio a cortar o Céu, intensa
luz de luar,
que fosse por ti sentido como um
choque profundo,
o chilrear de um passarinho que
acabou de migrar,
aquele fôlego, na linha da vida, no
último segundo,
aquela mão estendida quando tudo
parece acabar,
perfume, divino incenso, nas
profundezas do imundo.
Eu queria dar-te um abraço que fosse tão fecundo,
sorriso aberto de esperança quando a
tristeza chegar,
campo de milho, em maçaroca, no
fresco vale fecundo,
a felicidade que não conheces mas
aspiras alcançar,
uma noite bem dormida, com um sonho
vagabundo,
onde um príncipe, num cavalo branco,
te vai apanhar,
e tu, voando numa nuvem, estendes a
mão ao mundo.
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