terça-feira, 5 de maio de 2015

POR ONDE ANDAS, ANILDO MOTA?




Encontrei-o no último Sábado na praça onde durante largos anos desenvolveu a sua actividade de pintor. Escrevo sobre o Anildo Mota, o brasileiro, cidadão do mundo, mais porreiro e bacano que passou pelo centro histórico. O seu poiso habitual, a desenhar e a retratar quem dele se abeirava para contratar os seus serviços de retratista, foi sempre ao fundo das Escadas de São Tiago, já na Praça do Comércio.
De saco na mão, como se estivesse em trânsito, parecia ter vindo matar saudades à cidade dos estudantes que tão bem o acolheu. E, de facto, assim foi. Vou transcrever a conversa que entabulei com o Anildo:
“É, meu cara, de facto, vim cá porque tinha saudades de Coimbra, desta Baixa que tenho sempre atravessada no coração, mas, amigo, a saudade não paga as despesas. Por isso, mesmo contra a vontade, fui para Braga. Só te digo Luís, não tem nada a ver com o negócio que fazia aqui. Podes multiplicar várias vezes. Aquilo lá, na cidade dos arcebispos, é um outro mundo. O movimento desta área velha caiu a pique. Acredita, o meu coração divide-se entre Coimbra e Brasil mas a necessidade obrigou-me a abrir uma brecha. Tem de ser! E o que tem de ser tem muita força! Tenho pena, cara! Muita pena mesmo!”

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