segunda-feira, 11 de maio de 2015

UMA VASSOURINHA PARA OS FUNCIONÁRIOS DA HIGIENE





Para quem me conhece é uma verdade La Palissiana: eu já sou velho c’mo caraças! De tal modo que dou por mim a dizer: no meu tempo era assim, no meu tempo era assado e cozido. Isto tudo para me servir de introdução a este texto que vou começar exactamente assim:
No meu tempo, quando eu era rapazote, os funcionários da higiene, da Câmara Municipal de Coimbra, aqueles funcionários que andavam a recolher os detritos nas ruas da cidade, traziam consigo uma vassourinha. Então depois de arremessarem os sacos de dejectos para dentro da camioneta, um deles finalizava o trabalho com uma varredela junto ao contentor e o local ficava limpinho. Constatei hoje, cerca das 23h30, que o desenvolvimento soterrou este costume, que deve ser caduco, e agora os funcionários, talvez mais modernaços, sei lá, apanham o maior e deixam o chão todo borrado. É chato, para não dizer aborrecido, e não se entende. Já que hoje, segunda-feira, o lixo não foi recolhido em toda a Baixa. Estou certo que esta situação anómala teria sido por razões superiores, ou seja, que em virtude do Cortejo da Queima das Fitas, realizado ontem, deveria ter havido uma acumulação enorme –segundo o Diário as Beiras, “perto de vinte toneladas depois do cortejo”. É certo que esta questão das sobras feitas nesta quadra já há muito deveria ter entrado em discussão pública. Por que razão é que, por virtude de uma festa académica, ainda por cima com excessos a raiar o limite da paciência, há-de concentrar todos os meios da autarquia e prejudicar uma zona turística classificada como Património da Humanidade? Mais ainda, a edilidade e a Universidade não deveriam já há muito ter chegado a acordo para que a recolha de detritos fosse feita por estudantes? Se sujam por que raio estão isentos de limpar? A que se deve este tratamento de excepção? Depois todos se lamentam de que está tudo vomitado, cagado e mijado, como foi o caso de hoje aqui na Baixa onde os queixumes dos moradores e comerciantes foram mais do que muitos. Claro! Estes meninos estudantes devem pertencer a uma casta superior onde tudo é permitido. Como é que se pode fazer entender os futuros doutores de que têm obrigações se até podem sujar à vontade que, logo a seguir, os “criados” (funcionários) vêm por detrás e limpam? Há aqui qualquer coisa que não joga bem, não há? Se calhar estou a ver a coisa mal, sei lá?!?
Voltando aos funcionários da higiene -que apesar de eu desviar a conversa não se pense que eu me tinha esquecido do fio da meada-, como eu tenho jeito para assessor, até me permito mandar um bitaite ao vereador Carlos Cidade –que, por acaso, é bom tipo e gosto dele, pronto, mas amores amores negócios à parte-: senhor vereador faça o favor de equipar os carrinhos eléctricos de recolha de lixo com uma vassourinha e a devida recomendação aos trabalhadores para terem mais cuidado. Não é por nada mas basta perguntar-lhes se quando eles varrem a adega deles, lá em casa, também deixam metade do esterco no chão. Basta só isso. E agora vamos ver as fotos outra vez.






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