sábado, 28 de abril de 2018

FEIRA DAS VELHARIAS: TRINTA ANOS PARA NADA!




Como habitualmente, por este Sábado ser o quarto do mês de Abril, realizou-se a Feira de Velharias na Praça do Comércio. Como é recorrente já há uns anos para cá, para além de se apresentarem poucos e cada vez menos pracistas, contrariando uma postura neste certame de feira-franca em que os vendedores se obrigam a manter-se todo o dia até ao entardecer, por volta das 14h00 a maioria dos expositores já estava a arrumar a tenda. Poderemos retirar várias ilacções. Mas isto quer dizer o quê?
Que este evento, que ocorre mensalmente no coração da Baixa, de compra e venda de artigos velhos e usados e que concorre para manter uma certa dinâmica de revitalização, está entregue ao “deixa-arder-que o meu pai é bombeiro”. Por parte do pelouro responsável da Câmara Municipal de Coimbra podemos todos dormir descansados, que da Casa da “Coltura” -de colt, a simbolizar a imposição: ou tens cuidado com o que dizes ou cortamos-te o subsídio- não virão nem bons ventos nem bons casamentos.
Podemos até dizer que, neste fim-de-semana, foi assim porque o tempo mediou entre um Sol radioso e um chuvisco enfadonho ou porque havia uma grande feira-de-ano, de três dias, nas Caldas da Rainha. Podemos arranjar as desculpas que forem necessárias. Uma coisa é certa: a Feira de Velharias está em estado-de-coma já há muito tempo, em decadência continuada, e ninguém move uma palha para mudar seja o que for.
Para aqueles que me acusam de ser um má-lingua, um maledicente desta maioria socialista que só interessa aos próprios, sempre vou acrescentando que os executivos anteriores de coligação laranja, que estiveram no executivo durante 12 anos, de 2001 até 2013, mantiveram a mesma postura. E não foi por falta de alertas em jeito de crónicas que escrevi sobre este assunto. Claro que, na comparação com outros responsáveis pelo pelouro, esta senhora vereadora é muito pior que os seus antecessores! Mas, politicamente escrevendo, não tem só defeitos, também tem qualidades: ser cega, surda e muda e não ligar nada ao que escrevo!
Bem sei que muitos comerciantes que lerem este meu apontamento até vão pensar: ora, ora! Este gajo (que por acaso sou eu) é doido! A Feira de Velharias não faz falta nenhuma à Baixa. No dia do certame é quando faço menos negócio!, dirão. Será mesmo assim? É óbvio que não! Neste dia a parte baixa da cidade é inundada com visitantes aficionados por arte.
Um dos grandes problemas da degradação da Baixa é a falta de visão holística, procurar compreender os fenómenos na sua globalidade, quer pelo poder político quer pelo pelo cidadão, de quem cá trabalha em funções privadas ou públicas. A maioria, senão todos, só vêem o seu umbigo. Quanto a isto estamos conversados!
Siga o enterro! Se a eutanásia já estivesse aprovada, mesmo fazendo um desvio de objecto, podia-se mandar a Feira das Velharias para o outro lado! Para quê continuar a sofrer assim?


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