Como
habitualmente, por este Sábado ser o quarto do mês de Abril, realizou-se a
Feira de Velharias na Praça do Comércio. Como é recorrente já há
uns anos para cá, para além de se apresentarem poucos e cada vez menos pracistas,
contrariando uma postura neste certame de feira-franca em que os
vendedores se obrigam a manter-se todo o dia até ao entardecer, por
volta das 14h00 a maioria dos expositores já estava a arrumar a
tenda. Poderemos retirar várias ilacções. Mas isto quer dizer o
quê?
Que
este evento, que ocorre mensalmente no coração da Baixa, de compra
e venda de artigos velhos e usados e que concorre para manter uma
certa dinâmica de revitalização, está entregue ao
“deixa-arder-que o meu pai é bombeiro”. Por parte do
pelouro responsável da Câmara Municipal de Coimbra
podemos todos dormir descansados, que da Casa da “Coltura”
-de colt, a simbolizar a imposição: ou tens cuidado com o que
dizes ou cortamos-te o subsídio- não virão nem bons ventos nem
bons casamentos.
Podemos
até dizer que, neste fim-de-semana, foi assim porque o tempo mediou
entre um Sol radioso e um chuvisco enfadonho ou porque havia uma
grande feira-de-ano, de três dias, nas Caldas da Rainha. Podemos
arranjar as desculpas que forem necessárias. Uma coisa é certa: a
Feira de Velharias está em estado-de-coma já
há muito tempo, em decadência continuada, e ninguém move
uma palha para mudar seja o que for.
Para
aqueles que me acusam de ser um má-lingua, um maledicente
desta maioria socialista que só interessa aos próprios, sempre vou
acrescentando que os executivos anteriores de coligação laranja,
que estiveram no executivo durante 12 anos, de 2001 até 2013,
mantiveram a mesma postura. E não foi por falta de alertas em jeito
de crónicas que escrevi sobre este assunto. Claro que, na comparação
com outros responsáveis pelo pelouro, esta senhora vereadora é
muito pior que os seus antecessores! Mas, politicamente escrevendo, não tem só defeitos, também tem qualidades: ser cega, surda e muda e não ligar nada ao que escrevo!
Bem
sei que muitos comerciantes que lerem este meu apontamento até vão
pensar: ora, ora! Este gajo (que por acaso sou eu) é doido! A Feira
de Velharias não faz falta nenhuma à Baixa. No dia do certame é
quando faço menos negócio!, dirão. Será mesmo assim? É óbvio que não!
Neste dia a parte baixa da cidade é inundada com visitantes aficionados
por arte.
Um
dos grandes problemas da degradação da Baixa é a falta de visão
holística, procurar compreender os fenómenos na sua globalidade,
quer pelo poder político quer pelo pelo cidadão, de quem cá
trabalha em funções privadas ou públicas. A maioria, senão todos,
só vêem o seu umbigo. Quanto a isto estamos conversados!
Siga
o enterro! Se a eutanásia já estivesse aprovada, mesmo fazendo um
desvio de objecto, podia-se mandar a Feira das Velharias para o outro
lado! Para quê continuar a sofrer assim?
TEXTOS RELACIONADOS
"Umas imagens fora de contexto"
"A Feira de Velharias precisa de uma mexida"
"Um comentário que veio mesmo a calhar"
"A Feira de Velharias"
"A Loja de Antiguidades"
"A sociedade da oferta"
"Vender a alma em tempo de crise"
"Assim vai a cultura em Portugal"
"O sono profundo do vendedor"
"Uma entrevista"
"Monsieur Velhustro"
"Miséria, um quadro recorrente"
"Umas imagens fora de contexto"
"A Feira de Velharias precisa de uma mexida"
"Um comentário que veio mesmo a calhar"
"A Feira de Velharias"
"A Loja de Antiguidades"
"A sociedade da oferta"
"Vender a alma em tempo de crise"
"Assim vai a cultura em Portugal"
"O sono profundo do vendedor"
"Uma entrevista"
"Monsieur Velhustro"
"Miséria, um quadro recorrente"
Sem comentários:
Enviar um comentário