Uma
gravíssima anomalia comunitária está a preocupar o executivo
municipal de Coimbra: a falta de participação cívica dos cidadãos nas
reuniões do congresso. Já se tentou de tudo e nada resolve este
intrincado e reiterado comportamento social.
Primeiro,
logo que Manuel Machado subiu ao pódio da presidência em 2013,
seguido por este edil e no mesmo costume do seu antecessor Carlos
Encarnação, numa antipatia clamorosa e estudada, talvez pensando-se
que os conimbricenses eram masoquistas, optou-se por desancar os
pobres munícipes que ousavam pedir a palavra no tempo de antena de
três minutos a dirigir-se ao presidente em exercício. Os poucos
reivindicativos arguentes que compareciam no plenário, não
entendendo a formação pela provação a que estavam a ser sujeitos,
foram sendo vistos cada vez menos a subir as escadas dos passos
perdidos. Vai daí, Machado, que não é pessoa para se ficar sem uma
resposta, para convidar e agraciar os visitantes, mandou colocar uns
bolinhos, água e café numa mesa larga e recatada da sala do Paço.
Mas coimbrinha, que não vai ao teatro nem com bolinhos nem
com falsas simpatias de voz grossa de tenor, continuou a não passar
cartão ao chefe da diplomacia local. Por conseguinte, está de ver
que o caso deixou de ser um problema localizado da maioria socialista
para se alargar à oposição. Mas como resolver um emaranhado desta
natureza?
José
Manuel Silva, líder do movimento Somos Coimbra, atento à
problemática existencial de boa alimentação saudável, já propôs
que, aos bolinhos, à água e ao café se juntasse fruta.
Por
parte da Coligação Mais Coimbra, (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), que, como é
óbvio, também quer contribuir para a resolução desta nova
“questão coimbrinha”, já foi apresentada uma nova
propositura: que o parco lanche passe a lauto. E para isso acontecer
nada melhor do que juntar uma boa sopa da avó.
Como
é de ver, a CDU, que pelo histórico de resistência ao lado do
povo, também tem algo a dizer, vai daí, propôs que fosse incluído no repasto comida vegetariana.
Como
facilmente se adivinha, Machado, o homem dos bolinhos e bolinhós
que não alinha em cânticos doces adversários, sabemos nós em
primeira mão, vai propor o chamado pacote dois em um.
Ou seja, que um simples acto de boa causa de um bom maçon
tenha dois efeitos. Então, para cada citadino que se apresente na
reunião somente como moldura humana e que bata palmas sempre que o
mestre de cerimónias incentive será contemplado com uma senha de
refeição no valor de 10 euros -a ser consumido em casas de
restauração da Baixa. Para outros, aqueles que gostam de contar
histórias, sobretudo se forem de exaltação ao “Valorizar
Coimbra” desde há cinco anos para cá, terá direito a duas
viagens, uma por terra e outra aérea. Uma de metro entre o Alto de
São João e os Hospitais da Universidade. Outra por ar, com check-in
no Aeroporto Internacional de Coimbra.
A
ASSEMBLEIA MUNICIPAL VAI SEGUIR A MESMA CARTILHA
Embora
sem contornos bem definidos, podemos assegurar que a Assembleia
Municipal de Coimbra vai seguir o mesmo exemplo do executivo. Ao que
parece, António Marinho, presidente do órgão de fiscalização
municipal, está a ficar bastante irritado com o marketing
provocatório de concorrência desleal do plenário subalterno. Ainda
pouco se sabe de concreto, mas podemos adiantar que entre outras
benesses, Marinho vai cantar um fado no hemiciclo dedicado a quantos
abnegados munícipes se desloquem ao Salão Nobre da Câmara
Municipal.
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