segunda-feira, 9 de abril de 2018

UMA LOCAL QUESTÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL






Uma gravíssima anomalia comunitária está a preocupar o executivo municipal de Coimbra: a falta de participação cívica dos cidadãos nas reuniões do congresso. Já se tentou de tudo e nada resolve este intrincado e reiterado comportamento social.
Primeiro, logo que Manuel Machado subiu ao pódio da presidência em 2013, seguido por este edil e no mesmo costume do seu antecessor Carlos Encarnação, numa antipatia clamorosa e estudada, talvez pensando-se que os conimbricenses eram masoquistas, optou-se por desancar os pobres munícipes que ousavam pedir a palavra no tempo de antena de três minutos a dirigir-se ao presidente em exercício. Os poucos reivindicativos arguentes que compareciam no plenário, não entendendo a formação pela provação a que estavam a ser sujeitos, foram sendo vistos cada vez menos a subir as escadas dos passos perdidos. Vai daí, Machado, que não é pessoa para se ficar sem uma resposta, para convidar e agraciar os visitantes, mandou colocar uns bolinhos, água e café numa mesa larga e recatada da sala do Paço. Mas coimbrinha, que não vai ao teatro nem com bolinhos nem com falsas simpatias de voz grossa de tenor, continuou a não passar cartão ao chefe da diplomacia local. Por conseguinte, está de ver que o caso deixou de ser um problema localizado da maioria socialista para se alargar à oposição. Mas como resolver um emaranhado desta natureza?
José Manuel Silva, líder do movimento Somos Coimbra, atento à problemática existencial de boa alimentação saudável, já propôs que, aos bolinhos, à água e ao café se juntasse fruta.
Por parte da Coligação Mais Coimbra, (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), que, como é óbvio, também quer contribuir para a resolução desta nova “questão coimbrinha”, já foi apresentada uma nova propositura: que o parco lanche passe a lauto. E para isso acontecer nada melhor do que juntar uma boa sopa da avó.
Como é de ver, a CDU, que pelo histórico de resistência ao lado do povo, também tem algo a dizer, vai daí, propôs que fosse incluído no repasto comida vegetariana.
Como facilmente se adivinha, Machado, o homem dos bolinhos e bolinhós que não alinha em cânticos doces adversários, sabemos nós em primeira mão, vai propor o chamado pacote dois em um. Ou seja, que um simples acto de boa causa de um bom maçon tenha dois efeitos. Então, para cada citadino que se apresente na reunião somente como moldura humana e que bata palmas sempre que o mestre de cerimónias incentive será contemplado com uma senha de refeição no valor de 10 euros -a ser consumido em casas de restauração da Baixa. Para outros, aqueles que gostam de contar histórias, sobretudo se forem de exaltação ao “Valorizar Coimbra” desde há cinco anos para cá, terá direito a duas viagens, uma por terra e outra aérea. Uma de metro entre o Alto de São João e os Hospitais da Universidade. Outra por ar, com check-in no Aeroporto Internacional de Coimbra.

A ASSEMBLEIA MUNICIPAL VAI SEGUIR A MESMA CARTILHA


Embora sem contornos bem definidos, podemos assegurar que a Assembleia Municipal de Coimbra vai seguir o mesmo exemplo do executivo. Ao que parece, António Marinho, presidente do órgão de fiscalização municipal, está a ficar bastante irritado com o marketing provocatório de concorrência desleal do plenário subalterno. Ainda pouco se sabe de concreto, mas podemos adiantar que entre outras benesses, Marinho vai cantar um fado no hemiciclo dedicado a quantos abnegados munícipes se desloquem ao Salão Nobre da Câmara Municipal.

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