(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
“A
mania do emprego é uma psicose constatada em todos os países, sendo
principalmente difusa e grave nos países latinos, raça de gente
avêssa a andar sem muletas, e tendo-se habituado, desde todo o
sempre, a constatar que as muletas do Estado são, de todas, as mais
cómodas. Para evitar os males que resultam desta doença, se não
por completo, pelo menos reduzindo-os a inofensivas proporções,
bastará que o Estado seja exigente, quanto à idoneidade das pessoas
que o servem, e se dispense de manter serviços que são apenas uma
forma de assistência a preguiçosos incapazes.
(…)
É essa produção bacharelenga que as Universidades, em cada ano,
atiram para a vida, e que, sendo categorizados demais para os
trabalhos modestos, e não tendo capacidade para o trabalho livre,
fazem o assalto aos lugares do Estado, servindo-se de todos os meios
ao seu alcance, ora violentos, ora astuciosos, e, uma vez realizada a
conquista da ambicionada posição, sempre insatisfeitos e sempre
protegidos, exigem que lhes paguem a inutilidade como se fossem
valimento, e que lhe paguem a preguiça como se fosse trabalho.”
“Livro
com o título “Matéria Vaga”, de Brito Camacho, 1911-1933”
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