quarta-feira, 11 de abril de 2018

CPPME: “A BAIXA TEM FUTURO!” (1)





Ir à reunião para quê? É preciso ter paciência!
Isto é uma questão de tempo. Se Deus Nosso Senhor
quiser o Manuel Machado, o fura-esperanças,
há-de ser levado para a Europa e depois o Carlos Cidade,
que ainda não é santo mas pelo seu recolhimento actual
lá vai chegar, vai salvar isto tudo!”

Ontem, quando os relógios batiam 19h30, na sede da Junta de Freguesia de São Bartolomeu agora agregada, na sala Carlos Clemente, o último presidente eleito antes da incorporação na União de Freguesias de Coimbra, sob o olhar atento da sua fotografia pendurada na parede, deu-se início à continuação da convocação do Núcleo de Coimbra da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) dirigida aos comerciantes da zona histórica e sobre o mote: “A Baixa de Coimbra tem Futuro!”. A intenção era discutir os graves problemas com que se debatem os comerciantes e das medidas a tomar para a sua resolução.
Contrariamente ao que se poderia supor, em que impressionava o olhar fixo e atento de Clemente -uma vez que o antigo e prestigiado edil faz parte agora do exército do “inimigo”-, o que chocava ali, na pequena sala, era estar tão pouca gente ligada ao comércio. Apenas uma dezena e meia de pessoas compareceu à solicitação da CPPME.
A seguir veio a segunda revelação. Vitor Carvalho, membro do núcleo local da confederação, começou por dar as boas-vindas aos presentes. E prosseguiu, “marcámos esta reunião a pedido de um grupo de comerciantes da Baixa de Coimbra”. Ou seja, afinal a intimação não tinha partido do interior da CPPME mas do exterior, isto é, de comerciantes da Baixa.
E veio a terceira descoberta. Do grupo que pediu a reunião apenas uma pessoa se encontrava presente -e que se negou a fazer parte do painel da mesa.
E veio a quarta divulgação. Prosseguiu Vitor Carvalho, “recebi um telefonema do senhor Vitor Marques, presidente da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, a dizer que estava indisponível e não poderia estar presente”. 
A este respeito não se ouviu qualquer desmentido. Mas, se era verdade que o presidente da APBC não estava presente, também era verdadeiro estar um comerciante em sua representação -só no final, à minha pergunta incisiva se estava ali em nome individual ou delegado, respondeu que estava ali em nome da APBC. Mais para a frente, para a crónica subsequente que ainda irei escrever, conto tudo.
A meu ver, que já ando nisto há muitos anos e cada vez entendo menos e me sinto mais arredado, demasiados jogos e segredos para um evento que deveria ser claro e bastante participado e não foi. Não foi porquê? Podemos adiantar hipóteses à escolha:

-Esta iniciativa foi mal publicitada. Dois terços e mais um terço não soube de nada;
-A CPPME bebe da filosofia comunista. Considerando que os comunistas ainda comem meninos e meninas ao pequeno almoço, embora a reunião fosse à hora de jantar, mesmo assim, o melhor foi não arriscar;
-Os comerciantes da Baixa estão bem de vida. Quem anda para aí a inventar uma crise é um mafarrico de nome Luís Fernandes, que, como não tem mais nada para fazer, tem a mania que é jornalista e só causa desassossego;
-A hora da assembleia foi péssima. Como os dias são agora mais longos, havia a sementeira das batatas para fazer;
-Não valia a pena estar presente. Isto só lá vai com umas promessas a Nossa Senhora de Fátima;
-Ir à reunião para quê? É preciso ter paciência! Isto é uma questão de tempo. Se Deus Nosso Senhor quiser o Manuel Machado, o fura-esperanças, há-de ser levado para a Europa e depois o Carlos Cidade, que ainda não é santo mas pelo seu recolhimento actual lá vai chegar, vai salvar isto tudo!

Mas se quer saber mais sobre o que se passou ontem na reunião, faça o favor de ter calma. Vou só fazer um xixizinho e volto daqui a pouco. Até já!

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