1
- Na semana passada, a Antena 1, na rubrica “Portugal
em directo” passou uma peça sobre a crise que assola o
comércio na Baixa. Lembro que na semana anterior tinha sido
realizado um debate promovido pela Confederação Portuguesa das
Pequeníssimas, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) onde esteve
presente dezena e meia de profissionais ligados ao comércio. Fosse
por pouca divulgação ou não, a verdade é que a comunicação
social, escrita e falada, primou pela ausência. Resultado desta
não-inscrição? O Jornal de Notícias (JN), sobre a pena de um
jornalista da cidade, a posteriori, deu conta do clima que se sente
na Baixa mas meteu água e a direcção da CPPME, com muita razão,
mandou-se ao chão de indignação por não ter sido citada na
notícia. Mas como uma asneira nunca se fica sozinha, como escrevi em
cima, presumivelmente, a Antena 1, numa espécie de copy e paste,
seguindo o JN, fez pior. Foi entrevistar um comerciante e uma senhora
hoteleira que, alegadamente, nada sabiam sobre o encontro de
comerciantes. O desconhecimento sobre o que acontecera, fê-los focar
trivialidades. Por seu lado, e para borrar a escrita toda, como quem
diz a locução, o jornalista entrevistou Vitor Marques, presidente
da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, sobre o que
se passava na Baixa. Marques, que teve conhecimento prévio da
reunião e informou estar indisponível, sabia bem de tudo. Ora,
quando confrontado pelo jornalista, em vez de se dignar chamar à
colação o esforço da CPPME, puxou dos galões e falou unicamente
do trabalho político da associação a que preside. É um pormenor?
Sem dúvida, mas, para além de marcar toda a diferença, explica
como a necessidade de protagonismo individual está a corroer e a
mandar para o charco o comércio tradicional.
2
–
No maior segredo da sua gestação, como coelho tirado da
cartola, na Sexta-feira da semana passada, irrompeu a notícia no
jornal online Notícias de Coimbra de que tinha nascido uma nova
associação: a AICEC, Associação industrial, comercial e de
Empresários de Coimbra. Por aqui, pelas ruas estreitas e vielas, a
pergunta que se atravessa é: Porquê tanto sigilo?
Será
que, tendo em conta o aforismo, que “o segredo é a alma do
negócio”, será o mistério o sangue novo, o elixir da
salvação, que se pretende ministrar aos vendedores de rua?
Repetindo
o que foi escrito na crónica anterior, em cima, é um pormenor? Sem
dúvida, mas, para além de marcar toda a diferença, explica como a
necessidade de protagonismo individual está a corroer e a mandar
para o charco o comércio tradicional.
3
– Apesar
de, aqui e ali, surgirem substituições e abertura de novos
empreendimentos, sobretudo pela desertificação acentuada nas ruas,
o negócio continua a cair na Baixa. Os ventos que saem do palácio
do paço, na Praça 8 de Maio, continuam fracos e sem conseguirem
tocar as velas das centenas de embarcações que precisam de
trabalhar neste mar de dificuldades. Até agora, numa espécie de
isco para apanhar tolos, o executivo municipal aprovou e colocou em
prática o Orçamento Participativo. É pouco? É pouquíssimo! Para
se tentar salvar os estabelecimentos que restam com áreas que
compõem a diversidade na zona histórica, esperava-se muito mais. Para quem segue a política local com atenção, dá
impressão que os eleitos da maioria vivem num mundo à parte. Até
onde vai conduzir este desinteresse pela revitalização da Baixa? É a interrogação que perpassa de cidadão para cidadão. Sim, porque, não tenhamos dúvida, este alheamento não será por acaso e por certo terá um objecto! É tudo uma questão de tempo!
4
– A cidade, talvez com
maior incidência a Baixa e a Alta, como praga que caiu de um sistema
que prima em não combater os indícios e depois, quando actua
tardiamente, faz tudo mal, está ser conspurcada por pichagens
e grafitados em paredes de edifícios, monumentos, muros. Tudo
indica estarmos perante uma pandemia social. Como exemplo de
cidadania activa, salienta-se o esforço de um munícipe de nome
Bruno Alexandre Borges em denunciar o que nos caiu em má-sorte, na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não Oficial).
É
certo que, há dois dias numa reunião do executivo municipal, o
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, afirmou
“que é “intolerável
a vandalização e a pichagem do património” que tem vindo a
acontecer em diversas zonas da cidade.”
Portanto,
por antecedentes de que palavra prometida é palavra cumprida,
levando em conta que sentença de Machado é compromisso realizado,
todos podemos dormir descansados -incluindo o nosso concidadão Bruno
Borges.
5
– Neste último Sábado, na aldeia de Chelo, no
concelho de Penacova, o vetusto salão do União Popular e Cultural
de Chelo foi pequeno para receber tantos amigos que, pela sua
presença, pretendiam homenagear o Manuel Ribeiro, um ex-comerciante
da Baixa. Marcaram presença cerca de 180 pessoas.
O
homem que já deu a volta ao mundo, já foi a cara do Infinito, já
foi o rosto do Eldorado e agora, pelas voltas que a vida dá, é
simplesmente o Ribeiro, por palavras vincadas a ferro de
reconhecimento, mostrou-se que a sociedade, nos princípios e
valores, não está completamente em desagregação. Ainda se
aproveita qualquer coisinha! Será mesmo? Podemos projectar este
feito transversalmente? Como quem diz, nas grandes cidades? Ou estes
sentimentos de nobreza já só prevalecem nos ambientes rurais? Se,
por acaso, esta homenagem fosse em Coimbra, mais propriamente na
Baixa, quantos amigos juntaria o Ribeiro? Uma vintena?
6
– Segundo
informações obtidas pelo nosso repórter de exterior, mister Olho de Lince, recentemente chegado dos Estados Unidos, ao que parece, a recém-desaparecida Casa do Castelo, que encerrou em junho de 2017, uma
livraria que já vinha da velha Alta e durante décadas esteve
instalada na Rua da Sofia, em pleno coração da Baixa, muito em breve, para gáudio de todos nós,
vai ser ocupada novamente com livros. O novo ocupante, que trata os
alfarrábios por tu há muitas décadas, é um nosso conhecido e amigo, o
José de Almeida Gomes, que vai complementar o armazém do Tovim de
Cima com uma loja na Baixa. Seja bem-vindo, senhor Gomes!
7
- Promovida
pela Agência de Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e em
colaboração com a Associação da Hotelaria, Restauração e
Similares de Portugal, de 21 a 28 deste Abril águas mil, está a
decorrer a Semana do Bacalhau. O evento tem a adesão de 38
restaurantes, todos situados no casco velho com 13 inscritos a
concurso a decorrer, numa “prova cega”, na Escola de Hotelaria e
Turismo de Coimbra. Cada restaurante, independentemente de se
apresentar a concurso ou não, pagará de inscrição 20 euros.
Segundo o Diário de Coimbra, “sendo
o total de 720 euros distribuído em partes iguais pelo Ninho dos
Pequenitos (instalado no Instituto Maternal Bissaya Barreto e Liga
dos Pequenitos -associação sediada no Pediátrico de Coimbra).”
BOA
SEMANA!
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