“Estou
em representação da APBC. O Vitor, como não pode vir,
delegou-me
competência para eu vir. Isto não dá nada!
Faz
hoje uma semana, na terça-feira passada, eu e o Vitor Marques,
o
presidente da APBC, estivemos na Câmara, numa reunião com o
presidente
Manuel Machado e um vereador. O presidente foi muito
simpático
mas não trouxemos nada!”
Na
pequena sala da Junta de Freguesia de São Bartolomeu agora agregada
a reunião convocada pelo Núcleo de Coimbra da Confederação das
Micro, Pequenas e Médias Empresas decorria a bom ritmo. Apesar da
hora de jantar estar a passar, e na fotografia central o olhar de
Carlos Clemente se manter vigilante e fixo no que se comentava, como
espião ao serviço de sua majestade, o tempo decorria sem canseira
para os presentes ansiosos por debitarem e despejarem mais umas
frases, gastas como solas e repetidas em gravação esboroada até à
exaustão em reuniões anteriores.
Agora
era Arménio Pratas, comerciante e membro local da CPPME, que brilhava na
eloquência: “todos os comerciantes reivindicam
estacionamento gratuito, mas o que acontece é que nos que existem a
pagar na Baixa ninguém paga nada. À porta da minha loja, como não
há fiscalização, estacionam lá todo o dia sem pagar. Em relação
a Manuel Machado, todos temos noção, não se consegue falar com
ele!”
A
seguir falou Maria Conceição Braz, empresária de pronto-a-vestir,
com estabelecimento numa rua estreita: “os comerciantes têm
culpa. Precisavam de evoluir mais. Os centros comerciais devolvem o
dinheiro, nós não! Não conseguimos combater medidas como esta.
Vejo lojas na minha rua que estão há vinte anos sempre iguais.
Vamos a Leiria e vemos que é tudo diferente.”
Maria
do Céu Ferreira, uma comerciante e artesã com loja na Baixa, disse
o seguinte: “tenho dúvida de que estas reuniões tenham a
divulgação que deve ser. Os problemas são comuns. São sempre os
mesmos problemas. De aqui a bocado vamos embora e tudo continua
igual. É preciso arranjar uma forma de mobilizar os comerciantes. Se
não, é mais do mesmo. Irmos à Câmara Municipal não resolve. O
presidente recebe-nos com muita simpatia e tudo continua igual! No
Teatro da Cerca, em período de pré-eleições, tudo isto lá se
falou. Eles, da Câmara, sabem!
Apercebendo-se
que a coisa estava a divergir, Brinquete, da CPPME, contra-atacou:
“mas, então a senhora acha que não vale a
pena?”.
E
Maria recuou dizendo: “pelo contrário, acho que vale a
pena!”
E
Brinquete leu uma moção já preparada previamente para o efeito
onde se considerava fundamental:
-Defender
a memória da cidade, sendo que a Baixa de Coimbra é uma parte
inalianável dessa memória;
-Preservar
os espaços urbanos. Porque os espaços urbanos necessitam de
manutenção e requalificação constante para não morrerem;
-Aproveitar
os Fundos Comunitários 2014-2020 – Portugal 2020, para implementar
um Plano de Intervenção da Baixa de Coimbra, já
com décadas de atraso.
POR
ISSO PROPOMOS:
-Reabilitação
Urbana – Gente a morar na Baixa;
-Serviços
Públicos – Gente a trabalhar na Baixa;
-Transportes
e Estacionamento – Gente a vir à Baixa;
-Animação
e Programação Cultural - Gente a desfrutar a Baixa.
A moção foi aprovada por unanimidade.
A moção foi aprovada por unanimidade.
Para
se juntarem a Arménio Pratas e Vitor Carvalho, vão fazer parte da
comissão as seguintes jovens empresárias:
Diana Rolin
Lisete
Pimenta
Maria
Conceição Braz
Ana
Brigas
A
APBC ESTEVE LÁ...
Embora
sem pedir a palavra, António Cruz silenciosamente marcou presença
na reunião. Para além de comerciante no ramo de ourivesaria com
lojas na Baixa, faz também parte da direcção da APBC, Agência para
a Promoção da Baixa de Coimbra. No final do debate, à saída,
interroguei se o colega estava ali em nome individual ou em
representação da agência. Respondeu Cruz:
“Estou
em representação da APBC. O Vitor, como não pode vir,
delegou-me
competência para eu vir. Isto não dá nada!
Faz
hoje uma semana, na terça-feira passada, eu e o Vitor Marques,
o
presidente da APBC, estivemos na Câmara, numa reunião com o
presidente
Manuel Machado e um vereador. O presidente foi muito
simpático
mas não trouxemos nada!”
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