terça-feira, 17 de abril de 2018

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA





NASCIMENTOS

Com pompa e circunstância e muitos convidados, neste último Sábado, foi inaugurada a “Rádio Baixa” na Rua Eduardo Coelho e frente para o Largo da Freiria, na antiga sapataria Reis e mais recentemente a Loja da Laura.
Segundo declarações de um dos envolvidos no projecto, as emissões de música, pelo menos nos primeiros tempos, serão difundidas ao fim-de-semana e através de meios digitais em streaming -“tecnologia que envia informações multimédia, através da transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a Internet”. Mais tarde, logo que possível, a difusão será diária.
Segundo o diário PÚBLICO, “O financiamento foi obtido através da plataforma online Patreon, que permite assegurar um contributo mensal dos apoiantes. Até neste momento, a rádio Baixa garantiu o apoio de 26 financiadores, o que significa um total de cerca de 341 euros por mês, valor que permite ao projecto pagar renda e despesas de funcionamento.
Segundo o Diário de Coimbra deste último Sábado, “Encontraram ajuda empresas e associações, como o Condomínio Criativo, a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra e lojas de música, e tem também uma plataforma na internet para recolha de contribuições mensais.

TRANSFERÊNCIAS


Conforme foi noticiado aqui, encerrou nesta última terça-feira uma das lojas Veludo Carmim, na Rua Eduardo Coelho e com frente para o Largo da Freiria – o outro estabelecimento, onde se pode continuar a adquirir bom calçado da conceituada marca, é na Rua Visconde da Luz. Acontece que, felizmente, já está arrendada e, para gáudio de quem aqui habita e trabalha vai ser um bonito espaço dedicado às flores. Dentro de poucos dias neste ponto de venda poderemos adquirir as perfumadas rosas da Orquídea Selvagem, há muitos anos a operar na Rua das Padeiras e agora a mudar de instalações para cerca de meia centena de metros de distância.


Depois de quatro anos a operar na Praça do Comércio, com grande êxito para os seus imensos clientes e a dignificar a Baixa com os seus serviços de profissão em desaparecimento, a Chronospaper–Notebooks, uma loja-oficina de recuperação de livros instalada no antigo espaço da Casa Bonjardim, dentro de dias, vai transferir a sua sede para a Rua Adelino Veiga. Ao que parece, o edifício onde ainda se encontra por pouco tempo, na antiga praça velha, foi vendido e vai ser destinado a alojamento local nos pisos superiores e restauração no rés-do-chão. Com muita satisfação, a zona histórica vai poder continuar a contar com uma oferta que é única no casco velho.

APOIO À MORTE ASSISTIDA



Através do jornal online Notícias de Coimbra, ficou a saber-se na semana passada que a Câmara Municipal de Coimbra está muito preocupada em acabar com o que resta de operadores comerciais e industriais a laborar na Baixa. Ora para isso acontecer, já que, financeiramente falando, a maioria não pode com um gato pelo rabo, nada melhor do que aumentar as taxas de ocupação de via pública astronomicamente em 680%. É óbvio que esta forma de eutanásia unilateral, sem acordo do que parte, vai ter os seus efeitos e todos vão descansar em paz. Pelo menos até ao dia em que o burro espanhol, em vez de aguentar carga e mais carga em cima do cabresto, mande um coice e rebente com o situacionismo que se arrasta há pelo menos duas décadas.

EVENTOS


Numa convocação do Núcleo de Coimbra da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) dirigida aos comerciantes da zona histórica e sobre o mote: “A Baixa de Coimbra tem Futuro!”, para debater a grave situação que se vive na Baixa, realizou-se na terça-feira, 10 de Abril da semana passada, uma reunião com comerciantes na sede da Junta de Freguesia de São Bartolomeu agora agregada. Compareceram cerca de uma dezena e meia de profissionais ligados ao comércio. Para além de ter sido constituída uma comissão de elementos da CPPME e quatro jovens mulheres comerciantes, foi também aprovada uma moção por unanimidade com vários pontos reivindicativos visando a regeneração da zona e para que, imediatamente, se pedisse uma audiência ao presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado.
Desconhecendo a razão em concreto, nenhum jornalista da imprensa da cidade esteve presente.

DESCONHECIMENTO GERA ASNEIRA

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Na quinta-feira, 12, com assinatura do jornalista conimbricense João Pedro Campos, saiu um trabalho sobre o encontro de comerciantes no Jornal de Notícias. Para surpresa e total indignação da CPPME a notícia não fazia referência nem ao encontro ocorrido dois dias antes nem qualquer alusão à CPPME, entidade responsável pela reunião. Na reportagem, muito pobrezinha graças ao altíssimo, apenas foram entrevistados dois comerciantes: Arménio Pratas, comerciante na Rua da Sofia e coordenador local do CPPME, e Aguinalda Amaro, proprietária de um café na mesma rua. Em desenvolvimento falava-se dos problemas que os comerciantes estão a atravessar e de uma audiência a marcar na autarquia.
A CPPME, perante o trabalho de João Campos, mandou-se aos arames e fez seguir uma carta de protesto para o jornal.
O que teria acontecido para a notícia sair coxa? Teria sido o total desconhecimento do jornalista sobre o que aconteceu dois dias antes? Teria sido porque por parte de Arménio Pratas, um dos entrevistados, teria partido do pressuposto errado de que Campos sabia do que estava acontecer e não se explicou bem? Não sabemos. O que posso afirmar é que, via Facebook, convidei João Pedro Campos a explicar-se e nem resposta deu.
Sem pretender culpar quem quer que seja, até porque não detenho competência para o fazer, o que me apercebo é que o jornalismo escrito e falado, por variadas razões -sobretudo de índole financeira por parte dos grupos de media-, anda pelas ruas da amargura.
Precisamente por a imprensa estar a recorrer abusivamente ao "copy e paste" e não procurar investigar a causa que promove o efeito, o que é certo é que esta asneira viria esta semana a gerar outra tontice ainda maior por parte da Antena 1. Mas, para não maçar, para a semana conto tudo.

Uma boa semana!

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