No
Terreiro da Erva, no antigo espaço da Cerâmica Antiga de Coimbra, Ldª,
Viúva Alfredo de Oliveira, abriu a semana passada o restaurante
Refeitro. Com uma simbiose perfeita entre as histórias
da cerâmica e da boa cozinha conimbricense, enquanto se degustam os
maravilhosos pitéus pantagruélicos, através de um vidro que separa
a salas, podemos assistir à manufactura do barro, arte que desde
sempre esteve ligada a Coimbra pela genialidade de Domingos Vandelli
e Manuel da Costa Brioso. É uma iniciativa relevante, já que,
infelizmente, hoje a faiança de Coimbra, outrora tão famosa no
mundo inteiro, encontra-se em fase de desaparecimento.
O
Refeitro, que serve também pratos vegetarianos, está aberto
de Segunda a Sábado, das 12h30 às 15h00 e das 19h00 às 23h00. É
resultado de uma parceria entre três sócios, um deles ligado à
Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.
Para
este projecto inovador, em nome da Baixa, se posso escrever assim,
desejamos o maior sucesso e ventura.
No
antigo espaço do Saul Morgado, na Rua Adelino Veiga, abriu esta
semana uma nova casa ligada à restauração, as Caves do Conde. Com garrafeira e prova
de vinhos ao nível da rua e sala de restaurante no piso rebaixado,
impera o bom gosto e o ambiente monástico, que convida à
introspecção, com as suas arcadas de pedra é indescritível.
Para
este novo negócio alimentar, em nome de todos quantos por aqui, pelo
centro histórico, laboram, desejamos as maiores felicidades.
As
obras no antigo Largo das Olarias, junto à Loja do Cidadão, depois
de uma lentidão notória, parecem ter ganho alguma velocidade. Pelos
vestígios arqueológicos que se avistam ao longo da futura Avenida Central, e tantas vezes incompreendidos pela sua contribuição para
o atraso de tantas construções, dá para perceber que a história
da cidade está ali representada em muros, muretes e fragmentos. Por
muito que custe a todos nós, é um mal necessário.
(A Veludo Carmin, com duas lojas na Baixa,
vai encerrar por estes dias a casa da Rua Eduardo Coelho.
Vai manter aberto o espaço na Rua Visconde da Luz)
Numa
espécie de roleta russa, os estabelecimentos comerciais na Baixa de
Coimbra continuam a claudicar. Em Janeiro encerraram 6. Em Março
foram 7. Para este Abril e Maio estão anunciados mais alguns fechos de lojas.
Aceitam-se apostas se a maioria socialista vai mover um dedo que seja
para acudir a este extermínio anunciado do comércio tradicional.
Há quem diga por aqui que se a arte de comprar e vender fosse
considerada cultura e estivessem em causa subsídios de desempenho
não atribuídos, Manuel Machado, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, já teria vindo colocar-se ao lado
dos mercadores e pondo em prática políticas de revitalização.
Assim, como cada comerciante para sobreviver e pagar as suas contas tem de dar o litro
sem qualquer apoio, sem qualquer rede, como é óbvio, num país em
que quem não mama não é sujeito de dignidade e de direito, de
forma aviltante, que causa desonra, é esquecido e não merece
qualquer respeito.
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