segunda-feira, 30 de abril de 2018

BAIXA: MAIS DUAS LOJAS QUE SE VÃO





Hoje encerraram mais duas lojas comerciais, respectivamente as Decorações de Coimbra e a Loja Euromania, ambas na Rua da Louça e quase frente a frente.
As Decorações de Coimbra, com cortinados e artigos para o lar, fez parte da nossa família comercial durante trinta anos. Em final dos anos de 1980 ocupou o espaço, até aí, das “Ferragens Rainho”.
No vidro de uma das montras pode ler-se:

O segredo da Mudança
está em tocar toda a sua energia,
não em lutar contra o velho,
mas em construir o novo”

MUDÁMO-NOS CAROS CLIENTES E AMIGOS.
Saímos da baixa.
30 anos a fazer muitas pessoas felizes e satisfeitas.
Vamos fazer os 31 em SANTA CLARA (perto do Lidle).
Sabemos que os nossos clientes nos seguem sempre.
Vamos trabalhar num horário diferente.
MARQUE connosco para nos visitar.
O nosso decorador:
Sr. Dias 917 428 162
A nossa criativa:
Anabela Dias 919 428 162
Gratos por tudo.”


A Loja Euromania -este grupo detém outra similar na Rua da Gala com artigos decorativos variados- esteve instalada na Rua da Louça cerca de três anos.
Embora a mensagem escrita no vidro das Decorações de Coimbra diga tudo, o sentimento projectado no sofrimento da partida de alguém que foi um dos nossos durante décadas, pela angústia que nos cria, sempre acrescento mais algumas palavras. E por isso e para isso, porque escrevemos sobre nostalgia, saudade, tristeza por se partir sem ser verdadeiramente o desejado, por ter sido talvez a única opção possível, começo por relembrar a letra do “Cantar de Emigração”, de Adriano Correia de Oliveira: “Este parte, aquele parte e todos, todos se vão...(se quiser ouvir a melodia, clique aqui em cima). Ou então, já que estou virado para grandes poemas que marcam a minha vida, deixo também o de Sebastião Antunes, do grupo a “Quadrilha” (se quiser ouvir a canção, clique aqui em cima):

Tinha uma história que nunca contava,
trazia um quarto fechado no olhar,
E uma viagem que planeava,
mas não começava para nunca acabar.

Tinha um sorriso guardado em segredo,
mas não sorria para não o contar,
tinha uma chave que fechava o medo,
nalgum arvoredo onde não queria entrar.

E quando a noite já ia serena,
disse-me a frase mais terna que ouvi:
Valeu a pena. Mesmo que o fim da história seja aqui.

E quando a noite já ia serena
disse-me a frase mais terna que ouvi:
Valeu a pena. Mesmo que o fim da história seja aqui.
(…)

Uma salva de palmas para as duas lojas que partem. Mas, correndo o risco de não ser equitativo, um enorme abraço e desejo de boa-sorte para a família Dias.

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