Por Alex Ramos
Em
Portugal os grandes eventos de verão restringem-se a três áreas geográficas:
Lisboa, Porto e Algarve. Tirando um ou outro local mítico no país, por exemplo,
em Paredes de Coura, como o Meo Sudoeste, tudo fica limitado e o restante
território transforma-se num deserto musical de festas e festinhas para turista ver. É certo que há a
Expofacic, em Cantanhede, mas, como se sabe, não se trata de um festival mas de
uma feira onde, por acaso, tem um bom palco central e outros menores em
volta onde vão alguns nomes sonantes da música portuguesa e mundial.
Coimbra,
quer se queira quer não, devido à Universidade ser o motor económico da cidade,
desenvolve dois pólos de turismo direccionados para dois mercados riquíssimos mas
não os aproveita na totalidade. Um, interno, é ocupado pelos estudantes em
trânsito, que dão vida à urbe, e outro, externo, pelos turistas que nos visitam
diariamente, no verão e no inverno.
Estando
a urbe focada quase todo o ano em torno dos jovens, universitários e outros,
não se faz nada para os cativar e para os manter cá durante o verão. Só para
exemplificar, na Figueira da Foz faz-se, desde há uns anos para cá, dois
festivais: o “Summit Sunset” e outro festival de rock. Temos infra-estruturas,
por que não as usar? Porque não fazer da Lusa Atenas um “NOS ALIVE”, no género
do que se realiza no Passeio Marítimo de Algés? Passo a explicar melhor: na
margem esquerda, temos o Estádio Universitário algo abandonado, ou pelo menos
sub-aproveitado tendo em conta a sua excepcional localização. Ao lado, temos a
“Praça da Canção” e como vizinho a área envolvente do Mosteiro de Santa
Clara-a-Velha. No lado oposto, temos aquela zona verde imensa, o Parque Verde
do Mondego, acompanhada de um lençol de água espectacular. Para contribuir, junto,
possuímos estacionamentos para dar e vender.
Então interrogo: o que faz falta? Vontade? Até temos um palco enorme no
Choupalinho, na “Praça da Canção”. O que é preciso fazer para termos lá grandes
nomes ligados à música electrónica ou ligeira, como avicii armin,
van burren, tiesto, guetta hardwell. Não faltam possibilidades de escolha. O
festival poderia decorrer nos três últimos dias de um qualquer fim-de-semana de
Agosto
A Baixa,
na Praça do Comércio, entre outras, poderia participar com palcos para
discoteca rave, como se fez na passagem de fim-de-ano. A zona histórica, nestes
dias, ganharia uma nova vida, sobretudo para a hotelaria e, se calhar, o
comércio também. O último festival “Sunset”, da Figueira da Foz, teve mais de
80 mil pessoas. Consegue-se imaginar estes milhares a consumir por cá?
Seguindo o exemplo de Cantanhede, se calhar, a bem do interesse maior
da cidade, a Câmara Municipal de Coimbra deveria ser parceiro activo e envolver-se
neste evento. Temos tudo para podermos ser um palco do mundo. Temos duas
margens de um rio único, temos o essencial, somos Património Mundial, o que
falta?
Acredito que às vezes uma ideia pode revolucionar tudo o que conhecemos.
Vamos pensar nisto?
3 comentários:
Estou contigo!
Partilho totalmente a tua opiniao e subscrevo desde ja a criacao de um grupo de trabalho para desenvolver este tema.
Obrigado, meu rapaz! Só uma ressalva: este texto, embora composto por mim, não é meu. É de Alex Ramos, conforme indicação. Abraço, companheirão.
É uma boa ideia. Apesar da queixa dos barulhos do Queimódrmo e do lixo que fazem não se deve condenar uma ideia por que é mal realizada. Estes festivais acolhem muita gente nova e era uma maneira de manter viva Coimbra no Verão. Boa malha Alex.
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