segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CPPME AUSCULTA E DENUNCIA ATROPELOS AO COMÉRCIO



Na última quarta-feira, 19 do corrente, cerca das 17h00, a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) realizou uma conferência de imprensa no restaurante Paço do Conde.
A apresentação foi presidida por José Brinquete, secretário-geral da CPPME, Arménio Pratas, membro da direcção-geral do núcleo de Coimbra e comerciante na Baixa, e Vitor Carvalho, membro da CPPME e edil eleito pela freguesia de Cernache.
Por parte da mesa foi generalizada a preocupação com a conjuntura e o estado que o comércio da Baixa atravessa. Há cerca de uma década que o comércio tradicional, paulatinamente e transversal ao país, vem a perder terreno e a agravar as condições económicas e financeiras dos empresários estabelecidos.
Arménio Pratas, reputado comerciante com loja na Rua da Sofia e reconhecido activista na defesa dos seus pares, tomando a palavra, disse: “a Baixa está um caos. É preciso trazer gente nova para viver, habitar, nesta área nobre da cidade. A recuperação, quer no imobiliário quer no tecido comercial, não se está a fazer. A sua revitalização está parada. Não se visita a Rua da Sofia –referindo-se aos turistas que aportam à cidade. Esta artéria está velha, está suja, mal iluminada e não convida à visita. Por parte dos comerciantes, na Baixa, só ouvimos lamúrias; não há dinheiro para pagar ao fisco e outros impostos.”
José Brinquete, para além de secretário-geral da CPPME, também membro de várias Assembleias Municipais e com larga experiência política e autárquica, foi adiantando: “Estivemos em Condeixa e encontrámos muitos comerciantes a quererem desabafar. Segundo os seus depoimentos, as vendas continuam a cair, o peso dos impostos continua a aumentar. O governo de Guterres (1995-2002) criou o PEC, Pagamento Especial por Conta. Estamos em 2015 e o PEC continua. A CPPME defende que os microempresários não paguem à cabeça. Pela complexidade da situação, poucos são os que pedem a devolução do anteriormente liquidado. O que é que o Estado faz destes impostos? Quanto mais altos forem menos os governos cobram já que, em consequência, a economia estagna. O IVA da electricidade passou de 6 para 23 por cento. Isto é uma enormidade para a indústria. Se querem fomentar e desenvolver a economia não se pode elevar os impostos desta maneira.
A lei do Arrendamento comercial está a prejudicar os empresários. Enquanto estiver como está a economia não pode andar para a frente. As lojas novas (com novos arrendamentos) aguentam cerca de seis meses. Estamos a negar a economia. Este Governo actual vem na linha do executivo anterior de José Sócrates. É preciso valorizar a Indústria. Os países que só vivem do turismo são pobres. A Alemanha é rica pelos seus produtos transacionáveis. O nossos país precisa de se reindustrializar. Aproveitamos mal a Agricultura. Quando se destruiu a indústria pesada, tudo o que era pequena indústria, foi tudo atrás. Vejam o caso de Coimbra.
Vítor Carvalho fez uma deriva entendendo que a determinação dos novos horários “é um processo complicado”.
Brinquete pega na deixa: “O Governo liberaliza tudo. No caso dos horários comerciais, passou a batata quente para as Câmaras. É a anarquia completa. As autarquias não têm liberdade completa. Há dois interesses em conflito. Tem de ouvir os interessados e tentar compatibilizar. Estão em discussão pública. Vamos ver como acaba.”
Atalha Arménio, “A lei dos Saldos foi uma facada no comércio de rua. Eu leio a Lei e não consigo entender o que lá está. O que são promoções? Os grandes grupos económicos estão com promoções durante todo o ano.”
Complementa Brinquete, “Confunde-se saldos com promoções. É uma banalização. O pequeno comércio não pode fazer os saldos como fazia. Estamos a apertar os partidos para várias questões essenciais:
*Uma Reforma fiscal, com Reforma do IRC –as grandes empresas pagam em média 13 por cento.
Inventaram o Regime Simplificado e mantiveram o PEC. A adesão ao Regime Simplificado foi de 5 por cento. Poucos aderiam porque foi uma devassa completa das Finanças. Foi uma falsa reforma do IRC.
*Baixar o IVA da restauração.
*O IMI pode ser uma bomba-relógio. A cláusula de salvaguarda acaba este ano. Os valores para os proprietários são elevadíssimos.
*O IVA de Caixa. O empresário tem de pagar ao Estado uma factura que não recebeu. Isto deve ser inconstitucional. Só falta vir o Governo roubar para a estrada. Um contribuinte deve pagar IVA mas só depois de receber o seu serviço. Nunca antes!
Apelamos a todos os empresários, micro, pequenos e médios, que se juntem a nós. Juntos seremos mais fortes!”, enfatizou José Brinquete.






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