Paulo Dinis deixou um novo comentário
na sua mensagem "EDITORIAL: UMA NOVA ARAGEM DE ESPERANÇA SOPRA NA
B...":
Meu caro amigo Senhor Luís.
Por acaso sabe em que moldes querem fazer essa reconversão do mercado municipal que o senhor tanto elogia? Tem a certeza que esses mercados-tipo a que se refere em Lisboa e Porto são assim um sucesso tão grande? Por acaso já visitou alguns deles e falou com os operadores desses Mercados? Não acha que a Baixa de Coimbra tem restauração a mais para a clientela da mesma? Já contactou a ACMC, Associação do Comércio de Mercados de Coimbra (Mercado D. Pedro V) ou algum comerciante deste Mercado para saber o que acham desse tipo de obras? Meio milhão de euros não será dinheiro a mais para gastar num Mercado com pouco mais de 10 anos? Cuidado a política é muito traiçoeira.
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RESPOSTA DO EDITOR
Muito obrigado, meu caro Paulo Dinis,
presidente da ACMC, por ter respondido ao meu texto. Arguindo com
objectividade às suas questões, começo por me penitenciar por não ter falado
consigo –ou outro qualquer membro da digna instituição a que preside.
Confesso-lhe, li os jornais e, a quente, escrevi a minha opinião. Mas vamos com
calma, caro Paulo, que, com estas explicações, não lhe entrego de mão-beijada a
razão. Ponto-por-ponto vou rebater os seus argumentos. Vamos a eles:
“Por acaso sabe em que moldes
querem fazer essa reconversão do mercado municipal que o senhor tanto elogia?”
Sei apenas o que veio plasmado nos jornais e
nada mais. Suponho que você não saberá muito mais. Embora seja unha com carne
com Manuel Machado, o presidente da edilidade, desta vez, penso, esqueceu-se de
me consultar sobre o assunto. Um lapso simples, está de ver.
Quanto ao elogio do projecto,
como sabe bem já escrevi muitos textos sobre o Mercado Municipal e, para além
de já ter falado consigo, já ouvi montes de pessoas sobre a revitalização do
espaço em que o senhor desenvolve a sua actividade. A ideia de reconverter a “praça”
associando-a a outros projectos já vem de longe. Lembro-me de no tempo de João
Orvalho, vereador com o pelouro dos mercados na Câmara Municipal, este edil me
ter enviado um anteprojecto onde se propunha reconverter toda a parte superior
da praça do peixe. Entretanto foi apeado e o plano ficou em banho-maria. Penso
que já dá para perceber a razão do meu elogio. Não é pelo facto de ser super-amigo,
especial e de matriz excepcional, do peito de Machado –e com muita esperança de
vir a ser seu assessor oficial, com ordenado chorudo, está de ver- que, sem
ofensa, tenho de confessar: o homem é embirrento c’mo raio que o parta mas, com
justiça, goste-se ou não da forma, ele faz. Repare que a Coligação por Coimbra
andou 12 anos a falar no Mercado e nunca nada passou do papel. Já percebe por
que elogio?
“Tem a certeza que esses
mercados-tipo a que se refere em Lisboa e Porto são assim um sucesso tão
grande?”
Meu caro, pode não parecer mas sou mais
ignorante que uma bota da tropa. Mesmo assim, na minha falsa humildade, sempre
lhe vou dizendo que, pelo que leio nos jornais e já vi na televisão, o sucesso
é enorme. Se é ou não, se a imprensa engana, bom, naturalmente que não sei.
“Por acaso já visitou alguns
deles e falou com os operadores desses Mercados?”
Não fui nem falei com nenhum operador desses
mercados. Mas há uma questão de pormenor: eu não tenho de ir lá para apreciar a
ideia. Como sabe não tenho de ser cozinheiro para saber se um cozido à
portuguesa está bom. E já agora, devolvo-lhe a sua pergunta: Por acaso já visitou alguns deles e falou
com os operadores desses Mercados? Não esqueça que esta obrigação é
inerente ao seu mandato.
“Não acha que a Baixa de Coimbra
tem restauração a mais para a clientela da mesma?”
Sinceramente, não acho que a Baixa tenha
restauração a mais. Acho que com o fluxo de turistas que nos estão a visitar diariamente
ainda há espaço para mais hotelaria. Mas há uma coisa, caro Paulo, o que tem a
ver o cu com as calças? Esta medida de inserir outras actividades no Mercado D.
Pedro V vai no sentido de revitalizar um espaço que está amorfo –não por culpa
dos operadores mas de um tempo que já não aceita muito bem estas peculiares
áreas de venda. Mas está com dificuldades ou não? Se calhar não está! Sei lá,
digo eu! Se está, a tomar em conta as suas declarações e as suas iniciativas
para levar lá público, às tantas, está? E então? Por que não experimentar este
novo ante-projecto? Porra, Paulo! Se nada se faz, cai o Carmo e a Trindade, se
se faz não se aceita! É por vir do meu amigo do coração que há-de ser um dia?
“Meio milhão de euros não será
dinheiro a mais para gastar num Mercado com pouco mais de 10 anos?”
Ora bem, se esta verba for bem aplicada e
servir para colocar o mercado a trabalhar como deve ser, para bem de todos os
operadores, não acho. É preciso é que a “coisa” funcione mesmo e que a verba
afectada sirva mesmo o objecto proposto.
“Cuidado a política é muito
traiçoeira.”
Meu caro amigo, a política pode ser muito
traiçoeira mas nem por isso é despiciente nas nossas vidas. A política é a mais
nobre arte da negociação humana. Sem ela não haveria paz –e cá para nós os
dois: sem ela terei de continuar a ser um pelintra. É por ela que eu almejo um
lugar ao Sol e um bom ordenadito.
1 comentário:
Meu caro amigo Sr Luís
Antes demais que se lixe o Dr Manuel Machado ou a coligação por Coimbra ou qualquer outro tipo de partido político pois não estou neste cargo para me autopromover ou com qualquer ideia política mas sim para defender o Mercado onde nasci e de onde eu e cerca de 150 comerciantes tiram o seu rendimento.
Respondendo a suas dúvidas e obvio que sei mais do que vem nos jornais sobre essa reconversão que tanto elogia e por esse motivo é que sou tão céptico em relação a isso mas quando chegar a hora de nos manifestamos publicamente sobre o assunto assim o faremos
Em segundo lugar e obvio eu na minha viatura e as minhas custas ao contrário de uma comandita da C M C visitei os ditos Mercados e falei com os operadores isso ajudou me a cimentar ainda mais a minha opinião . Fico admirado haver meio milhão de euros agora quando há pequenas reparações para efectuar a mais de um ano e não se efectuam por falta de verbas
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