"Não peças a quem
pediu nem sirvas a quem serviu" –provérbio popular.
Para um melhor resultado, pedir alguma coisa implica
uma postura de humildade. Quanto mais pungente for a solicitação na súplica, a
desencadear a compaixão no interlocutor, maior será o resultado final. Pedir
algo é sempre aceitar sentir-se diminuído. Por isso mesmo, o acto rogativo, na
maioria das vezes, é menosprezado e, normalmente, encarado como inferioritário. Mendigar, nas relações
humanas e mesmo para causas de relevância, é visto como uma acção negativa.
A família educa e a sociedade forma para se ser forte, ambas, para o sucesso e nunca para o
infortúnio.
Como conduta social, hoje, o rogar,
apesar do peso desvalorativo, é entendido de modo diferenciado e
poderá ser interpretado de várias maneiras: pedir desculpas (é
considerado um acto de nobreza); Pedir um beijo (pode ser apreciado
como assédio sexual); pedir um abraço, a par com o aperto
de mão (é encarado como um símbolo da paz); pedir o voto (é visto por
quem o solicita como uma obrigação para quem dá); pedir um empréstimo (é
mostrar um sinal de debilidade); pedir uma moeda como esmola (é implorar
misericórdia).
Na última década, talvez pela crise económica
que se abateu no país, o recurso ao esmolar vulgarizou-se e, perdendo a carga reprobatória,
saiu do direito privado e tornou-se público.
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