Meus caros afectuosos, julgava eu, espero que
esta carta os vá encontrar de boa saúde –sim, porque, como ressalva, soube hoje
que um destes, e que para o que vou escrever não conta, está muito doente. Para
ele, um grande e terno abraço.
Prosseguindo, meus dedicados,
venho por este meio confessar que, depois do Ronaldo dar uma ilha grega ao
amigo Mendes, estou completamente frustrado com a vossa amizade. Salvo
excepções –que são raríssimas-, os meus amigos mais chegados, para além de não
me oferecerem nada, só me lixam. Só para exemplificar, desde o primeiro dia da
inauguração até ontem estive na Expofacic a ajudar um afeiçoado. Está de ver
que com aliados destes não vou longe.
Aviso já que todos o que se dizem ser meus
amigos no Facebook –e são umas centenas- vão ter de fazer uma declaração de
interesses. Quero saber, afinal, o que estão dispostos a oferecer pela minha
dedicação. Esta coisa de terem leitura à
borliú todos dias e ter um custo meramente simbólico de clicar no “Gosto”
vai acabar. Tenham paciência! Isto é uma descarada exploração da pobreza! Como
sou humilde e estamos na primeira fase abdico de receber uma ilha, mas, que
diabo, ao menos um carrito. Como sou modesto, não quero um Audi A6 mas, ao
menos um mini, dos modernos, está de ver, por que antigo e a cair de velho já
tenho e já me dá muitas cólicas renais. Para os mais pobretas e forretas c’mo
caraças, já que estou nas lonas e não tenho cheta para ir para férias –já que o
Governo, pelo desmesurado aumento de impostos, rebentou com as minhas finanças-,
podem sempre optar por oferecer-me, ora, um cruzeiro ao Mediterrâneo ou uma semana
em Palma de Maiorca com tudo pago, obviamente –já nem vou exigir que o pacote
inclua uma rapariga prendada para me fazer massagens. Nada disso! Também não
quero abusar.
Uma coisa eu sei, antes que eu dê uma limpeza
total –com um qualquer detergente especial e que agora nem lembro o nome-, é
melhor começarem a rever a vossa posição. Quero amizades com amigos iguais ao
do Jorge Mendes e da Sandra. O que é que eu tenho a menos do que o Mendes? Bem,
Comparando com a Sandra, admito, há diferenças abissais, mas quanto ao marido
estamos conversados.
1 comentário:
Companheiro de luta e prezado senhor Luis Fernandes,
Da minha parte ofereço o que tenho e que pode ser repartido sem que me falte um pedaço. Ofereço nada mais do que a minha solidariedade.
Imagino que o amigo diga «- Então nem um mini? Mesmo que seja em miniatura? Vai-me agora oferecer Solidariedade...valha-me Deus (isto se for crente)» e eu responderei (se me der oportunidade) - pois é o que tenho que pode ter préstimo para a sua luta.
Ser solidário nos dias que correm vale o que o capital não compra (por que é demasiado caro).
Ora, sendo assim estarei ao seu lado nas lutas que empreender. Nesta nossa cidade e neste nosso «jardim à beira mar plantado» (com cada vez menos flores e destas poucas cada vez com mais espinhos).
Aceite esta oferta de coração.
Grande abraço companheiro de luta,
José Gomes
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