Cerca das 14h30, encontrei Manuel Machado,
presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), no Largo do Poço acompanhado
da vereadora da Cultura, Carina Gomes, e de alguns assessores. Como eu ia
acompanhado de João Fernandes, ex-delegado do Inatel e reconhecido socialista
na cidade, naturalmente que parámos junto do grupo e saudámo-nos todos.
Como ressalva, admito que sou um bocado
verrinoso mas, para quem me conhece melhor, sabe que não sou de guardar
ressentimento. Digo o que tenho a dizer no momento e –se me fizerem o mesmo no
que toca à minha pessoa é igual- esqueço tudo com facilidade. Por isso mesmo me
dirigi à vereadora Carina Gomes e interroguei: aceita o meu cumprimento? O que lá vai, lá vai! Águas passadas não
movem moinhos! Enfatizei -eu tive um “quid
pro quo”, tomar uma coisa por outra, há uns meses atrás no seu gabinete, na
Casa da Cultura e publiquei no Jornal Campeão das Províncias o que lá se tinha
passado. Para minha surpresa, embora à defesa, Carina Gomes até reagiu bem e,
embora sem grande emoção, cumprimentámo-nos. Confesso que gostei da sua
reacção. A vereadora da Cultura da CMC é muito jovem e, certamente, no lugar
que ocupa vai ganhando tarimba, como quem diz, poder de encaixe. É essa a sua
obrigação.
Quando cheguei ao presidente, Manuel Machado,
da mesma forma, apertando-lhe a mão, cumprimentei-o com o tradicional boa tarde, presidente! Seja bem-vindo.
Espero vê-lo mais logo por aqui! –hoje há marchas na Baixa e haverá um
movimento de pessoas fora de normal.
Agora atentemos na forma como me
respondeu o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Irritado, com a sua voz
grossa e bem posicionada mas alterada, replicou: “Eu
venho se me apetecer! Você não manda nada! Você não manda na minha vontade!
Não lhe devo nada!”
Tentei desvalorizar e retorqui
que estava a cumprimentá-lo em paz. Disse mesmo: não se abespinhe! Não entendo a sua irritação! O senhor é o presidente
da autarquia. Seja mais político!
A tensão ali foi bastante notada
pelos acompanhantes, Um deles, atirou: “vamos
embora. Vamos embora!”
Os que sabem, naturalmente, terão conhecimento
de que escrevo neste blogue há cerca de oito anos e já passei por dois edis
social-democratas, Carlos Encarnação e Barbosa de Melo. Sem ideologia
partidária, sempre escrevi com independência, liberdade e responsabilidade.
Nos meus apontamentos sobre participação política, nunca foi nem será jamais minha intenção atingir a pessoa que ocupa o lugar de eleito, enquanto indivíduo
de direitos individuais, mas sim a sua função política e, como é óbvio, sujeita
a reparos. Com crítica fundamentada, umas vezes digo bem outras o contrário mas
sempre, sempre, a pensar pela minha cabeça.
Embora não estabelecesse amizade
com nenhum dos anteriores presidentes camarários, notei sempre algum respeito pela
minha intervenção a favor da polis,
da cidade, e sobretudo a favor da Baixa. Jamais inferi de nenhum deles levar a
minha opinião escrita ou oral para o caso pessoal –como algumas vezes aconteceu
quando intervim na Assembleia Municipal ou no Executivo.
Este presidente está na autarquia há cerca de
dois anos. Com este exemplo ocorrido hoje, na minha subjectividade, dá para ver
que, pela falta de poder de encaixe, estamos muito bem servidos com o
presidente que temos. Um edil, enquanto presidente de todos os conimbricenses e
político partidário, que leva para a pessoalidade o que um cidadão, em opinião
livre, expressa –porque só me manifesto sobre a função-, não pode estar à
altura do lugar que ocupa. Sendo assim, em juízo de valor, deixa de ser o
presidente concelhio de todos para passar a ser apenas para alguns.
Enquanto cidadão comum, interventivo
e em defesa do que entendo ser passível de manifestação e levado ao
conhecimento público, repudio veemente o comportamento de desrespeito, mostrado
hoje, deste presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
Estou certo, não por culpa do
político, saliento, começa a fazer sentido e a entender a razão de ter sido
escandalosamente forçado a calar as opiniões que plasmava em dois semanários da
cidade.
2 comentários:
Aiai amigo Luís,se o homem já não o gramava(por dizer o que pensa) agora não o deve quer ver nem pintado!Arranjou mais um amigo! Então vai »pedir» ao presidente para ir ás fogueiras,misturar-se com o povo? Este ano não há legislativas,se houvesse era vê-lo,ao presidente,nas fogueiras,na feira popular ou na feira das cebolas...
Abraço,Marco Pinto
É continuar a picar o bicho...
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