Há cerca de uma semana dois funcionários
camarários andaram a limpar o pequeno lago do Largo do Poço e, coisa que não acontecia
há muito tempo, deixaram a praceta com os repuxos a funcionar e que lhe dava uma ambiência
fresca e fantástica.
Hoje, conforme as imagens que
reproduzo, em cima das grades do pequeno tanque de água está um atrelado da Sagres cuja função é vender cerveja. Mesmo sem conhecer esta área,
sabe-se que estamos inseridos numa zona histórica e protegida pela recente
classificação da Unesco como Património Universal da Humanidade. Logo, seria de prever
que, por parte da autarquia, houvesse um cuidado maior em tutelar tudo o que se
faz por aqui. Mas nada disso acontece. E não acontece porquê? Porque existe
nesta Baixa classificada uma certa casta de privilegiados. Quem são? Pareceu-me
pressentir o leitor interrogar. Por agora não lhe dou nomes. Mas um dia destes
darei. Pouco me importa que gostem ou não. Aliás, há muito que por fazer
denúncias sou olhado de viés. Posso adiantar que são os que fazem o que querem
da autarquia. Conseguem tudo, até chorudos subsídios camarários pagos pelo
cidadão comum e distribuído pela mão larga de simpatias. E mais: nos eventos
que promovem está lá sempre um ou mais vereadores. É tudo custeado pela graça
de Deus, obra e graça do divino Espírito Santo. As queixas sobre o incómodo
desencadeado por aqui são mais que muitas. Ninguém dorme até às duas da matina.
Mas ninguém quer dar a cara. Quando falam comigo a queixar-se interrogo: posso
citar o teu nome? Nem pensar, respondem. Por isso mesmo ainda não escrevi sobre o ruído
que ultrapassa os níveis da decência. É certo que eu poderia fazê-lo, mas, com
franqueza, para meu bem e deles, mal caio na cama durmo que nem uma pedra. Nem
o barulho de um comboio me impede de fechar os olhos e sonhar que estou num
país equitativo onde todos, por igual, mamam numa só teta. Mas, contrariando o
poeta, sonhos não comandam a vida. O que capitaneia o sistema é o pilim, e mais
nada! Pelos sonhos, isso foi quando, noutro tempo, éramos simples humanos. Agora somos seres
robotizados e comandados por uma elite que põe e dispõe das prebendas e a quem
deve ou não beneficiar. Portanto, com justiça, se o barulho não me incomoda não
devo ser eu a manifestar o meu descontentamento. Pelo menos entendo assim. Mas
irrita. Se irrita!?! Fosca-se!!
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