Ontem ao entardecer, cerca das 19h00, no Largo da
Freiria, proveniente de uma obra, estava um grande monte de detritos
industriais na esquina da Rua das Padeiras. Cerca das 22h30, veio o carro da
recolha, apanhou o maior e deixou ficar no chão uma rosácea de restos
espalhados em torno da papeleira existente no local. Os resíduos mantiveram-se
na calçada até cerca das 11h00 de hoje quando veio a funcionária da Recolte –a firma
contratada para limpar os pequenos papéis e outros sem grande volume espalhados
pela calçada.
Este comportamento reiterado -quer
de quem coloca os resquícios sem consideração pelo meio envolvente, quer dos
funcionários da autarquia que, num desprezo absoluto pela função que
desempenham, se estão a marimbar- leva a que cada um de nós, que vivemos por
aqui, comece a deixar de se importar. Já há vários anos que os comerciantes,
logo de manhã, de vassoura e pá, fazem o que deveria ser encargo de
quem ganha o dinheiro, ou seja, dos funcionários da higiene da cidade. Agora,
pelo cansaço e de certo modo abuso dos responsáveis da recolha, deixaram de
limpar. Quero dizer, portanto, que, diariamente, as ruas da Baixa parecem uma
estrumeira a céu aberto.
Isto é muito curioso. Antigamente,
quando era a ERSUC, Resíduos Sólidos do Centro, SA, a fazer por inteiro a
recolha dos excedentes, apesar de não raiar a excelência, a Baixa mantinha-se
mais ou menos limpa. Há cerca de dois anos a apanha do esterco foi dividida por
duas empresas, uma delas a subcontratada Recolte para o mais ligeiro e apenas
durante o dia –que, salienta-se, faz um bom serviço. Resultado desta divisão
por dois: a Baixa está cada vez mais suja.
Não é a primeira vez que escrevo sobre este
assunto. O problema dos resíduos urbanos continua mal conduzido. Há cerca de
três meses andou um funcionário do Departamento de Higiene a contactar
comerciantes e residentes, de porta-em-porta, alertando para a necessidade do
cumprimento dos horários de colocação de sacos com dejectos na via pública. Foi
um esforço em vão e não resolveu absolutamente nada. E por quê? Por que depois
desta sensibilização geral deveria ser prosseguida a acção da Polícia Municipal
e, para pedagogia, começar a espalhar umas coimas nos mais resistentes. Como
não aconteceu, o resultado está à vista de todos. Cada um faz o que lhe
apetece.
É preciso atentar que em países europeus mais
ricos do que nós, como a Bélgica, por exemplo, a recolha de excessos, cujo esterco
obrigatoriamente deve ser separado, é feita apenas uma vez por semana. Para
além disso existem contentores em áreas identificadas. Quem visitar as cidades
no velho continente, cujo procedimento é assim, fica estupefacto com a limpeza
da envolvente pública. Então, urge perguntar: o que nos separa? Como é óbvio, a
educação, a formação colectiva –e aqui incluo o pessoal camarário para fazer o
que deve. Se não querem dêem o lugar a outros. O que é se espera para agir? Através da
sensibilização geral já se levou a mensagem de conhecimento a todos. Se não
cumprem estão à espera de quê?
1 comentário:
Exmos Senhores
... e para deitar lume na fogueira, temos a má formação de alguns funcionários da Reolha do Lixo, coo um mediocre qualquer que insulta os residentes da Rua Padre Melo, na Conchada, em Coimbra, blasfemando e ofendendo cada vez que o carro amarelo atravessa a nossa educada rua. Devo realçar que me parece ser sempre o mesmo.
Deixo tal assunto à vossa consideração
Atenciosamente
Luís Mascarenhas
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