A polémica está identificada no cartaz colocado
hoje no início da Rua da Louça e com frente para a Praça 8 de Maio: “Sem
clemência e sem arames”. A notícia, curta e lacónica, saltou ontem no Diário
as Beiras com o título “Protesto” na Rua da Louça”. Uma fotografia
ilustrava uma faixa “Foi proibido arame nesta rua”. O
pequeno texto rezava assim: “Os comerciantes da rua da Louça vão hoje “protestar”
contra a decisão da autarquia de mandar retirar os arames da decoração desta
artéria. Como tal, vão colocar nas montras uma estrutura em papel a “agradecer”
aos autores da medida.”
Afinal o que aconteceu? Fiquei sem perceber
patavina. Foi a Câmara que proibiu a colocação de arames para a sustentação dos
adornos festivos para as marchas populares realizadas ontem na Baixa? Foi assim
ou foi assado? Quem vai responder a estas questões são os comerciantes, com
estabelecimentos nesta artéria, o Rui Carvalho e o Leopoldino Dias. Em uníssono
disseram:
“Desde o Natal passado, e como já era hábito, deixámos os arames
esticados na rua para os aproveitar para as festas da Primavera e agora também
para as ornamentações dos festejos populares. Há cerca de dois meses, veio o
senhor Clemente, adjunto do presidente da Câmara, Manuel Machado, e disse taxativamente
que a rua estava uma vergonha, porque os arames estavam ao pendurão. Reiterou
também que foi o presidente da edilidade que os mandou retirar. Foram ordens do
presidente, sublinhou Clemente.
Não voltamos a enfeitar mais a rua. Ontem colocámos uma faixa de
protesto e foi retirada pelos funcionários da higiene. Hoje já lá está outra.
Não sabemos quem a colocou lá nem como foi lá parar.
Estamos muito aborrecidos pela prepotência. Há muitas outras maneiras
de tratar as coisas.”
O QUE DIZ CLEMENTE?
“Não é verdade que
a Câmara Municipal se oponha a que se ornamente qualquer rua da Baixa. O que
aconteceu, de facto, foi que há cerca de dois meses, numa das muitas vezes que
passamos naquela artéria, ia eu e o presidente e às tantas, olhando para cima e
vendo alguns arames caídos, pendurados e dobrados, ele disse: “é pá! Isto é uma
vergonha! Veja de quem é isto! Está a parecer mal!”
Desloquei-me pessoalmente à loja do Dias e, referindo os arames e interrogando
quem tratava deles, falei com ele e disse: o presidente pede o favor de mandarem
limpar isto. Na forma como se apresentam, alguns a cair sobre os toldos, estão
a dar mau aspecto à rua. Retiram e quando necessitarem voltam a colocar. O Dias
replicou que ia falar com a comissão de rua e depois diria alguma coisa.
Passadas 48 horas, creio, este comerciante disse: “falei com a comissão e não
retiramos os arames”. Eu enfatizei: vocês estão a arranjar uma chatice evitada.
É isso que querem para a Baixa? Que diabo!, não há da nossa parte nenhum
bloqueio. Estamos todos do mesmo lado!
Como não retiraram os suportes mandámos os serviços executarem. Depois
disso falei com alguns comerciantes da rua que atestaram que aquilo estava a
parecer mal. Eles podem testemunhar o que afirmo. Palavra de honra que foi
assim. Esta é a verdade! Nem mais nem menos!
Fomos então surpreendidos ontem pela notícia do Diário as Beiras e o
presidente mandou retirar a faixa. Sabemos que hoje já lá está outra. Enfim!”
Sem comentários:
Enviar um comentário