Se sorrires!
Se sorrires para uma criança, olhando-a nos olhos,
far-te-á bem a ti
próprio por quereres partilhar o seu íntimo
e envolveres esse
pequeno ser na graça do teu encanto!...
Se sorrires enquanto caminhas, mesmo no meio de abrolhos,
encontrarás nessa
vereda uma flor que se abre a ti, te transmite alegria
e, além disso, te dará
alento para prosseguires sem sombra de medo!...
Se, de cabeça erguida, sorrires para o alto
acredita que ele se
abrirá incondicionalmente ao teu coração
e nele plantará um
jardim florido onde os pássaros cantarão hinos de amor!...
Se, confiante, sorrires para a chuva e a convidares a ir-se embora
para que te não cause
mais desgraça e pesar
ela obedecer-te-á por
teres invocado a força do Espírito!...
Se sorrires a um mendigo e lhe abrires fraternalmente as mãos
entrarás do seu íntimo
como o Sol penetra pela vidraça
de qualquer palacete
sombrio e deserto!...
Se sorrires à esquerda e à direita, verás, cheio de contentamento,
que ninguém ousará
negar-te uma palavra de simpatia e amizade
porque os muros de granito
também se desmoronam!...
Se sorrires, ainda que te custe, para quem te inveja e detesta
numa oportunidade que
a vida sabiamente não te negará,
então a luz da tua fé
te dirá que estás no caminho certo!...
Enfim, se sorrires em todos os momentos da vida
mesmo quando te
apeteça chorar
jamais sentirás o peso
do sofrimento e da morte!
João José de Seixas *
Adémia – Coimbra
· *João José Seixas, falecido há cerca de seis anos,
escrevia na Página do Leitor do Diário de Coimbra. Era meu amigo. Visitava-me
algumas vezes e, por e-mail, enviava-me os seus escritos. Encontrei agora este
seu poema de harmonia que, estou certo, nunca foi editado. Publico-o em sua
homenagem. Onde quer que esteja, José Seixas, descanse em paz.
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