sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A COMISSÃO EUROPEIA QUER SABER A SUA OPINIÃO SOBRE A MUDANÇA DA HORA










CONCORDA COM A MUDANÇA DA HORA? DISCORDA E QUER ACABAR COM O FORRÓ?
ENTÃO, NA QUALIDADE DE CIDADÃO PREOCUPADO COM O SITUACIONISMO QUE PARECE NUNCA MUDAR, ACEDA AO LINK ABAIXO, EM PORTUGUÊS, E MANIFESTE O QUE LHE VAI NA ALMA.
SE NÃO O FIZER, POR FAVOR, DEPOIS NÃO VENHA COM A LENGA-LENGA DO COSTUME: QUE NUNCA É OUVIDO PARA NADA E BLÁ, BLÁ, BLÁ…



SE QUISER IR ATÉ À GÉNESE DO PROBLEMA LEIA ESTE TEXTO (QUE ESCREVI NO ÚLTIMO MARÇO)


Em conformidade com a legislação, a hora legal em Portugal continental:
  • será adiantada de 60 minutos à 1 hora de tempo legal (1 hora UTC) do dia 25 de Março e atrasada de 60 minutos às 2 horas de tempo legal (1 hora UTC) do dia 28 de Outubro.” –retirado da página do Observatório Astronómico de Lisboa


Confesso que gostava de escrever sobre este tema algo sério, mas não sei se sou capaz. É que este costume, a meu ver, intrometido e reaccionário, começa por me dar uma tremenda vontade de rir –lá para o fim do texto dá vontade de chorar.
Não é por nada, mas alguém apresentou um estudo científico a provar a mais-valia para a economia deste dogma? Ao que me parece “tudo começou com Benjamin Franklin, o político e inventor do para-raios e das lentes bifocais. Em 1784, num artigo publicado num jornal francês, Franklin sugeria que a França adiantasse uma hora no Verão, alegando que Paris poderia poupar anualmente 32 mil toneladas de cera de vela. Só mais de um século depois é que a sugestão seria tida em conta, no contexto da Primeira Guerra Mundial, para economizar energia”.
O facto de amanhecer mais cedo e anoitecer mais tarde, à hora da ceia, legitima tudo isto? É que esta convenção, embora provisoriamente, começou em 1992, com o governo de Cavaco Silva, e definitivamente com o Decreto-lei número 17, de 8 de Março, em 1996, e dando cumprimento a uma directiva europeia. E aqui faço logo a primeira pergunta estúpida: se com esta mudança se enriqueceu a economia, como é que, passados 20 anos, estamos mais pobres do que anteriormente?
Como duvido sempre dos axiomas, as tais verdades sem contestação, ainda faço outra interrogação sem pés nem cabeça:
Como é que sem esta tão iluminada medida viveram os nossos pais? E mesmo alguns de nós, em criança?
Será que neste afã do homem querer controlar tudo, até a luz solar, nos tornou mais felizes?
Com a desculpa do aproveitar o máximo de luz, enquanto fonte de energia bio-rítmica, nos dias que correm haverá menos solidão, menos depressão, menos suicídio, isto comparando com épocas recuadas?
O curioso é que nesta tentativa vã de apanhar o tempo ficámos sem tempo para olhar as estrelas, a Lua, o magnífico nascer do Sol no horizonte, a leste, o extraordinário pôr-do-sol a cair sobre o mar, o crepúsculo, e toda a manifestação de uma Natureza viva e magnificente.
Perdemos hábitos de leitura, de escrita, de falar com o vizinho.
Como se perdêssemos o romantismo e ganhássemos o facebookismo, deixámos de ter uma necessária contemplação introspectiva do mundo à nossa volta.
Vivemos o tempo da necrologia, que é o olhar a página dos jornais diários a ver quem dos nossos amigos morreu –ou, especulando um pouco, para vermos se a nossa foto lá está, porque, bem no fundo, já nem os jornais se lêem como antigamente. É tudo a correr. "Não temos tempo", dizemos todos em coro. Os dias, as semanas, os meses, os anos, todos são iguais e passam num ápice. Quando damos por nós, olhamos o espelho e já não reconhecemos a imagem que nos aparece reflectida. Parece de alguém muito chegado, mas só isso.
Até mudaram a ortografia –estou a escrever e, volta e meia, cá me surge o sublinhado vermelho a indicar erro, ou seja, o computador a querer controlar a minha vontade. 
Fosca-se para estas mudanças! Porque é que não inventam uma máquina do tempo, onde, em turismo, pudéssemos ir fazer umas férias de longo curso?
Mas afinal, o que é que se alterou? Se, igualmente, uma hora continua a ter sessenta minutos, mudou o quê?

1 comentário:

São Rosas disse...

Depois de tantas iniciativas que tomei, incluindo uma petição à Assembleia da República que não deu em nada porque "este assunto é do âmbito da União Europeia", é o momento de acabarmos com esta estupidez da mudança artificial de hora.