“Porque
temos de levar com um executivo que não liga nada
ao
futuro do centro histórico? Nem com um ideólogo como eu,
sem
avença, ao serviço do povo?”
Há
cerca de três semanas abriu a Comur, uma lindíssima loja de
conservas, no Largo da Portagem.
Dentro
de alguns dias vão abrir o restaurante Itália, no antigo espaço da Mango, no início da Ferreira Borges, e o Visconde, Pastelaria, no
edifício do desaparecido BES, no princípio da rua Visconde da Luz -
este último, sobre responsabilidade da Coimbra Doce, uma marca
sobejamente conhecida na cidade, para além de ser alojamento local
nos andares superiores, vai ter serviços de café no rés-do-chão e
restaurante no primeiro andar. Para além disso, alegadamente, vai
ter fabrico de pastelaria e de geladaria.
Ou
seja, se levarmos em conta que estes três estabelecimentos ficam no
percurso entre a Praça 8 de Maio e o Largo da Portagem, no canal
turístico de excelência da cidade, um no princípio, outro a meio e
outro na ponta, e tomando em conta a importância dos investidores
destes negócios, facilmente se constata que, a partir do momento em
que estejam em plena actividade, nada voltará a ser como dantes. Por
outras palavras, com a loja Comur a ter um horário diário entre as
10h00 e as 22h00 e, como se adivinha, certamente os que vão entrar
nesta corrida de desenvolvimento irão segui-lhe os passos, temos em
marcha um motor de arranque para a Baixa.
Por
outras palavras, recorrendo a metáfora, temos aí "Os Três Mosqueteiros” a revolucionar o situacionismo palaciano. Mas
como os lutadores ao serviço do Rei eram realmente quatro e não
três falta um. E quem vai ser o quarto? A INCM, Imprensa Nacional -
Casa da Moeda, que vai deixar as instalações da Avenida Fernão de
Magalhães e vai mudar proximamente para a Rua Visconde da Luz, no
antigo espaço do Totta & Açores.
Mas
nem tudo começa e acaba aqui. Faltam projecções para quem vai
seguir os mosqueteiros ao serviço do Rei - e quem será este
Rei?
Para
ser a cereja em cima do bolo, era óptimo se o prédio do antigo
Banco Nacional Ultramarino e recentemente encerrado pela Caixa Geral
de Depósitos fosse transformado em centro comercial, uma espécie de
“Via Catarina” da rua com o mesmo nome, no Porto, com
grandes marcas desaparecidas e um Mc Donalds – lembramos que foi
recentemente inaugurado um destes franchisados no Alma
Shopping. É certo que já temos um junto à antiga Rodoviária
Nacional, mas não é a mesma coisa. Precisamos de mais um no centro
da Baixa. Relembro que o edifício pertença da Caixa Geral de
Depósitos, para além da exposição fantástica para a Rua Ferreira
Borges, tem frente para a Praça do Comércio.
Seguindo
o mesmo pensamento, era bom que a Câmara Municipal de Coimbra, que é
proprietária do edifício ao lado daquele da Caixa Geral de
Depósitos, na Rua Ferreira Borges, e que o mantém encerrado há
vários anos, desse o exemplo no repovoamento e revitalização da
Baixa.
Porque
temos de levar com um executivo que não liga nada ao futuro do
centro histórico? Nem com um ideólogo como eu, sem avença, ao
serviço do povo?
Esta
apatia será castigo de Dom Afonso I?
Sem comentários:
Enviar um comentário