MEU
AMIGO ESTÁ INFELIZ
Escrevi
este poema em 02 de Novembro
de
2009. Pela sua actualidade, tomo
a
liberdade de o trazer novamente à
colação.
O
meu amigo tem tristeza,
carrega-a no semblante,
está sem força, com certeza,
não tem brilho o diamante,
os seus olhos são a leveza,
entre o precipício e o mirante;
carrega-a no semblante,
está sem força, com certeza,
não tem brilho o diamante,
os seus olhos são a leveza,
entre o precipício e o mirante;
Trabalhou a vida inteira,
mal começou a respirar,
foi malhar erva na eira,
com uma côdea a cheirar,
depois de regar a jeira,
ia o estômago enganar;
Veio para o comércio labutar,
nem chegava ao balcão,
era marçano a rebuscar,
a esperança em contramão,
sonho longo a magicar,
invejando o seu patrão;
Um dia montou o pensamento,
conseguiu abrir sua tendinha,
ora era criado, ora jumento,
transpirando a estopinha,
tudo dependia do momento,
patrono, se era, não sabia;
Foi juntando um pé-de-meia,
para um dia se reformar,
veio a crise e a maré-cheia,
levou-lhe tudo sem avisar,
o sonho, o terreno na aldeia,
até a confiança no acordar;
Hoje é uma sombra de outrora,
dos tempos de antigamente,
pouco lhe importa viver agora,
com o peso do presente,
diz que quer ir-se embora,
sair deste inferno de gente;
Pergunta-me, quase a chorar,
se está certo ser infeliz,
o que o prende aqui é lembrar,
a família que sempre quis,
a sua vida é um penar,
um São Francisco de Assis.
Sem comentários:
Enviar um comentário