REFLEXÃO
Conforme
tenho dado conta, desde Janeiro, último, encerraram na Baixa 23
lojas comerciais. No lugar de muitos destes operadores que fecharam a actividade, conforme
também vou dando nota, já alguns abriram com outro artigo, nova
gerência e nova nomenclatura.
O
que gostava de chamar à colação, nem que seja para reflectir, é
que no agrupamento dos novos investidores há cinco estrangeiros, um
do Brasil, outro do Reino Unido, outro da Rússia e dois da China.
Se
até há poucos anos só tínhamos negócios chineses, numa primeira
fase com artigos decorativos, numa segunda com fruta e numa terceira
com roupas, agora o comércio, com a vinda de cidadãos de vários
pontos do mundo, estendendo-se a vários ramos de negócio,
globalizou-se.
Ora,
podemos interrogar: este apetite manifestado numa abertura ao globo é
bom ou mau? Claro que é melhor que bom. É óptimo! Por várias
razões económicas, no sentido da riqueza nacional, poderia fazer
uma lista, mas não vou por aí. Como falo com a maioria para dar a
notícia da inauguração do seu estabelecimento, refiro apenas a
sensação excepcional que me causam ao falarem de uma cidade como
Coimbra, que é a minha, que é a nossa. Como vieram de partes do
mundo onde tudo é difícil, enumeram as grandes qualidades da
(nossa) cidade que nós, enquanto residentes de todos os dias, não
vemos. É como se nos abrissem a alma e quisessem dizer: “vocês
nem sabem a sorte que têm...”
INÍCIO
DA HISTÓRIA
Desde
Segunda-feira da
semana passada
que a Rua da Louça está diferente, para melhor. Quem percorre agora
esta via chamada outrora
de Tinge-Rodilhas, e que nas primeiras quatro décadas do século XX
também já foi apelidada de Bordallo Pinheiro, sem que nada se faça
para isso, de repente, é o instinto que o impele, está olhar para
um estabelecimento novo, recentemente aberto -no desaparecido espaço
da sapataria
Clarinha. Talvez seja a harmonização de cores mornas, amarelo,
azul-mar e bege, que emanam das suas vitrinas, ou talvez, quem sabe,
de uma espiritualidade imanente e tangível pelos sentidos. Se
pararmos junto das montras, inevitavelmente, somos impelidos a entrar
pela empatia, voz suave e musical de Josirene -mais à frente
contarei mais.
Com
o singular logótipo de “Mandacaru”, cujo nome se atribui
a um popular cacto disseminado no semi-árido Nordeste do Brasil,
que, nascendo e crescendo no campo sem qualquer trato, está adaptado
a viver em clima seco e praticamente sem água, dá para perceber a
analogia. Em comunicação subliminar, dá para apreender que, contra
ventos, tempestades e maremotos, este novo estabelecimento veio para
resistir a tudo e ficar.
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ESTE
POVO MANSO E SERENO
Neste
último Sábado realizou-se no Terreiro da Erva mais uma Feira de
Velharias. Depois da ameaça de boicote ao certame por parte de
muitos vendedores em consequência da Câmara Municipal ter decidido
unilateralmente mudar o local, saindo da Praça do Comércio onde estava desde há mais de vinte anos, para o Terreiro
da Erva.
Convém auscultar o pulso aos expositores. Neste terceiro mês depois da alteração, compareceram muitos, ou faltaram à chamada? Assim, assim! O que é que isto quer dizer? Muito simples: das cerca de seis dezenas que montavam banca na antiga praça velha, no primeiro Sábado da mudança, há dois meses, estiveram 13 expositores. Muitos destes juravam a pés juntos que não voltariam.
Convém auscultar o pulso aos expositores. Neste terceiro mês depois da alteração, compareceram muitos, ou faltaram à chamada? Assim, assim! O que é que isto quer dizer? Muito simples: das cerca de seis dezenas que montavam banca na antiga praça velha, no primeiro Sábado da mudança, há dois meses, estiveram 13 expositores. Muitos destes juravam a pés juntos que não voltariam.
Há
cerca de um mês estiveram 15, alguns deles continuavam a jurar sobre
a Bíblia que era a última vez que estariam ali.
Agora,
neste último evento, estiveram cerca de vinte mercadores, incluindo alguns
que anteriormente fizeram jura de não comparência. Portanto, isto
quer dizer o quê? Que Manuel Machado, presidente da edilidade,
apesar de lhes dizer secamente que “se não gostassem não viessem”, mostrando que se está a marimbar para eles, a
receita resultou em pleno. Está provado que, seguindo o preceito da Síndrome de Estocolmo, o “povão” gosta e
acaba a amar quem os maltrata. Estes políticos que nos regem
sabem-na toda! Ao pé deles somos todos aprendizes!
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quiser ler mais sobre este assunto clique em cima desta frase.
ÓBITO
DE UMA PESSOA HUMILDE
Quem
segue o blogue, no tocante a necrologia, certamente dá conta que só escrevo sobre
falecimentos de pessoas comuns, isto é, indivíduos que, pela
simplicidade da sua narrativa, só serão notícia num jornal local
com um pequeno quadrado na hora da sua morte.
Quando
dou conta do desaparecimento de cidadãos célebres, locais ou
nacionais, que são informação em tudo o que seja comunicação,
escrita e falada, para isso acontecer, eu teria de ter privado com
eles ou, noutro extremo, considerar que a sua passagem nesta vida foi
muito além da sua torre de marfim.
E
é o que acontece com Rui de Alarcão, o emérito professor
universitário que nos deixou na semana passada. Não tinha grande
confiança com o falecido, saliento. Para além de ser meu cliente,
era muito recatado, transparecendo uma simplicidade e simpatia acima
do comum. Para além disso, e não é pouco, foi um homem que
encontrava algumas vezes a calcorrear estas pedras milenares de
calçada portuguesa da Baixa de Coimbra.
Para
a família enlutada, em meu nome pessoal e em nome da Baixa, se posso
escrever assim, os nossos sentidos pêsames. Até sempre, professor!
ESTOU
MORTO MAS NÃO MORRI
O
António Manuel Seabra Dias, que entre nós, por aqui pela Baixa, é
conhecido simplesmente por “Tó”, teve alta hospitalar na
semana passada.
Há
duas semanas contei que, num boato forte e impregnado de verdade que
correu por entre vielas e becos, o Seabra tinha morrido… mas estava
bem de saúde, internado no CHUC, Centro Hospitalar Universitário de
Coimbra.
Rejuvenescido
e com um aspecto novo e limpo, o “Tó” já está entre nós
para as curvas. É uma pena que não queira
ouvir quem o aconselha para bem. Sobretudo deveria dar ouvidos à sua família. Mas, num caso em que a vontade do
próprio prevalece sobre todas as demais, o que se pode fazer?
Absolutamente nada! Lamentamos todos, mas temos de respeitar a
vontade do principal (des)interessado. E se assim é, assim seja!
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