Ontem, cerca das 16h00, o café do Fernando, na
Rua da Louça, foi encerrado pela ASAE, Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica.
Segundo vários confinantes com
quem falei, a estupefacção era geral e o lamento pode resumir-se assim
nas palavras de um comerciante vizinho que pediu o anonimato: “nem estou em mim! A família do Fernando é constituída por óptimas pessoas. Ele, mulher e filhos são queridos por todos nós. Talvez por serem tão bons, por fiarem,
é que foram lixados. Eles facilitavam a certas pessoas que não mereciam e às
tantas, quando pretendiam receber o que era devido, foram acusados de vender
cigarros à unidade. Mas, diga-me lá, estará certo a ASAE encerrar o pequeno
estabelecimento? É uma família de quatro pessoas… Vão viver de quê? Num momento
em que todo o comércio e a hotelaria se arrasta pelas ruas da amargura, onde o
desânimo é um diário, estará correcto o proceder desta polícia alimentar? Será
esta acção, onde a ponderação parece não existir, a pedagogia aconselhada num
momento tão grave como o que estão a passar os operadores económicos? Que diabo!,
que lhe aplicassem uma multa até se entende! Agora encerrarem o café? Sabe o
que lhe digo? Apetece lançar a toalha ao chão! Sinto esta postura da ASAE como
se fosse feita a mim. Estou profundamente triste! Não valemos nada! Somos
apenas números! Isto dói muito!”
Mas afinal o que é que se passou? É o
Fernando, o dono do café, que vai responder: “sim é verdade que, através de denúncia anónima, fui acusado de vender
cigarros à unidade. Mas isso não é verdade nem se provou. O problema é que me
apanharam um pequeno garrafão com vinho licoroso caseiro. Vieram dois agentes
daquela polícia e trataram-me com extrema correcção. Vi neles o peso de terem
de actuar mas, disseram, como era denúncia não podiam fazer nada. Mostraram saber
muito bem como as coisas estão por aqui, pela Baixa. Vou pintar o café e
depois, de lhes comunicar e autorizarem, reabrirei tão breve quanto possível.”
1 comentário:
matam-se os pequenos pra entregar aos grandes , é o Robin dos bosques ao contrario
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