segunda-feira, 7 de março de 2016

CARTA ENVIADA COM AVISO DE RECEPÇÃO AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA, DR. MANUEL MACHADO




CARTA ENVIADA COM AVISO DE RECEPÇÃO AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA, DR. MANUEL MACHADO
(Por inerência, presidente da Protecção Civil de Coimbra)



ASSUNTO: REPETIDO PEDIDO DE INTERVENÇÃO DA PROTECÇÃO CIVIL


António Luís Fernandes Quintans, munícipe e cidadão, residente no Largo da Freiria número 5/6, em Coimbra, vem por este meio expor a V. Ex.ª o seguinte:

1 –Em 04 de Fevereiro, transacto, o aqui expositor e também chamado de requerente apercebeu-se de um enorme vidro quebrado, com um orifício, presumivelmente por vandalismo, com frente para a Rua Eduardo Coelho e nas instalações das desaparecidas Galerias Coimbra, e, através do e-mail geral@cm-coimbra.pt, deu conta da ocorrência aos serviços da edilidade que V. Ex.ª dirige. Saliento que é uma vidraça de, provavelmente, meia tonelada de peso e com dimensões de 5 metros de comprimento por três de largura. Como é costume, por que este comportamento é reiterado, não houve resposta;

2 –Os dias foram correndo, o buraco transformou-se em buracão e o vidro foi estalando até ficar completamente em duas partes distintas. Alegadamente, a parte superior poderia cair em derrocada sobre os transeuntes a qualquer momento. Refiro também que na entrada do edifício e junto a esta montra em previsível desabamento dorme diariamente um sem-abrigo.
Pela alegada perigosidade, no dia 22 do mesmo mês de Fevereiro o requerente telefonou para a Protecção Civil e, falando com uma funcionária, deu conta do iminente desmoronamento da vidraça sobre alguém. Depois de ouvir e mostrando desconhecimento do facto, a simpática senhora aconselhou a que o requerente enviasse novo e-mail –com o endereço protecaocivil@cm-coimbra.pt- mas remetido ao Presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

3 –Os dias foram correndo com a atmosfera pachorrenta que se conhece. Mais uma vez e como é habitual da edilidade nem “chus” nem “bus”.
Passados 14 dias desde a segunda comunicação, hoje 7 de Março, um morador das imediações chamou a atenção do requerente para o estado calamitoso da vidraça. Verificado no local, constatou-se que a parte inferior está já deslocada da superior. Não somos técnicos mas, pela lei da gravidade, dá para ver que a qualquer momento a ruína poderá acontecer com consequências imprevisíveis.
Durante a hora do almoço o requerente deslocou-se à Secção de Atendimento da autarquia e expôs o problema. À funcionária foi dito que a razão de estar ali era o facto de não haver resposta às comunicações via electrónica e a iminente perigosidade em presença numa artéria da Baixa de elevado movimento.
Arguiu o requerente que o que o movia era a urgente resolução do problema e nada mais. Por outro lado, foi sublinhado que não pretendia pagar 10 euros pela entrada de nova comunicação escrita por via institucional. Se assim fosse, foi dito, seria enviada uma carta com aviso de recepção ao chefe da edilidade.

TRINTA MINUTOS EM VÃO

A funcionária, simpática e prestável, pareceu compreender que o requerente só queria mesmo falar com um responsável da edilidade para lhe expor a situação e não estava interessado em escrever mais sobre este caso. Começou por procurar o último e-mail, de 22 de Fevereiro, mas a malfadada carta virtual não dava sinal de si. Interrogou: “o senhor colocou no e-mail Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Dr. Manuel Machado? Se colocou só Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, mais que certo, o senhor presidente nem o leu!”
Pediu licença, levantou-se e deslocou-se a outro serviço para descobrir a comunicação. Passado um bom bocado, regressou. Eureka! Tinha descoberto o maldito: tem o número de entrada 12772/2016. Estava registado. Portanto, poderia o requerente ir à sua vida que o assunto estava a ser tratado, foi dito assim mesmo.
Mas o requerente é um tipo teimoso e continuou a não se dar por satisfeito. Não poderia a senhora funcionária colocá-lo em contacto com alguém que pudesse dar provimento imediato à questão? Sei lá, um chefe de gabinete do presidente, um assessor? Não senhor! “Não temos ordens para isso”, enfatizou a senhora.
Pronto!, vou ter mesmo de enviar uma carta escrita com aviso de recepção endereçada ao Presidente da Câmara Municipal De Coimbra, Dr. Manuel Machado, retorquiu o requerente.
Espere, deixe-me ligar para a Protecção Civil”, atalhou antes que o requerente se levantasse.
Atendeu fulana sua conhecida. Como introdução, “estás bem? Já há muito tempo que não falamos. A tua filha como é que está? Olha a minha está assim e assado!”. E o requerente, boa alma mas com paciência limitada, começou por tamborilar os dedos na secretária para dar a impressão que estava a ficar impaciente. Até que, no diálogo, veio à baila o assunto principal: “a matéria em questão estava nas mãos de uma técnica”, foi assim comunicado ao requerente como ponto final na interpelação.

TIRO NO ESCURO EM BUSCA DE UM ALVO INEXISTENTE

Antes de transpor a porta principal da edilidade o requerente, como o "Pensador de Rodin", começou a balouçar: e se fizesse outra tentativa junto do agente da Polícia Municipal (PM) para falar com fulano e sicrano? E voltou atrás. À agente da PM explicou e pediu para conversar com A. Não estava. E B? Também não. E alguém próximo do presidente?
Depois de umas tentativas, a uma voz feminina foi explicado o motivo do contacto. Ou seja, a inoperacionalidade dos serviços e, em caso de acidente grave, a possibilidade do presidente, enquanto chefe da Protecção Civil por inerência do cargo, poder ter de responder por negligência grave. A funcionária prometeu tentar contactar a Protecção Civil durante a tarde e ficou com o contacto telefónico do requerente para comunicar o que houvesse de novo.
Foi dito à senhora que se não houvesse resposta seguiria uma missiva pelo correio. Do outro lado do fio foi dito: “o senhor é que sabe!”
Quarenta e cinco minutos depois o requerente regressou como entrou. Isto é, foi e veio sem nada! Resposta da funcionária via telefone: Não houve! “nicles”!

UMA PERGUNTA INDISCRETA

Em face do exposto, Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Dr. Manuel Machado, pergunta o requerente, assim com uma certa cara de pateta: o que pode fazer mais para que V. Ex.ª se interesse por este caso?


3 comentários:

Super-febras disse...

Amigo

Então vocemecê anda a gastar as meias solas atrás da gatunagem.
Oh alma de Deus, não foi você que disse que o prédio pertencia a um banco com balcão aí na cidade?
Não sabe o amigo que os bancos de todo o planeta num relâmpago enviam massa uns aos outros? E que quase toda ela vai mais podre e mal cheirosa que a água numa bacia em casa de alterne? E que estrumadas estão essas casas onde se assembla gente fétida e imoral que dita leis mas não as cumpre, de pequena ré que tanto gosta de lugares soalheiros como as Ilhas Caimão ou países que se erguem masjetosos com os lucros da criminalidade do mundo, assim como a Suíça?

Então vocemecê não está a ver o jogo? Não se apercebe que o árbitro está comprado e a equipa adversária está fora das quatro linhas?

Vossa senhoria tem cá uma coragem!
Só por isso mando- lhe u grande abraço
Álvaro José da Silva Pratas Leitao

Anónimo disse...

Boa Noite Caro Senhor: É com enorme tristeza que leio a sua inquestionável tenacidade junto das autoridades (competentes) que deveriam tratar imediatamente do caso que refere, mas que infelizmente só lhe trouxe frustração.Infelizmente a burocracia tem este lado perverso de criar situações ambíguas que protegem os infratores.
Se quiser ver uma situação muito parecida com a sua, recomendo-lhe que leia o livro de banda desenhada, Astérix e Obélix. Mas é evidente que se quisesse o seu problema resolvido em tempo útil, teria de ter em seu poder um cantil de poção mágica.
Um grande abraço pela tenacidade e coragem.

Anónimo disse...

já pensou em atirar meia dúzia de pedras para fazer cair o vidro e garantir assim que, por um lado, ninguém se irá aleijar e por outro, que alguém passe a tomar conta da ocorrência?