CARTA ENVIADA COM AVISO DE RECEPÇÃO AO PRESIDENTE DA CÂMARA
MUNICIPAL DE COIMBRA, DR. MANUEL MACHADO
(Por
inerência, presidente da Protecção Civil de Coimbra)
ASSUNTO: REPETIDO PEDIDO DE
INTERVENÇÃO DA PROTECÇÃO CIVIL
António Luís Fernandes Quintans, munícipe e
cidadão, residente no Largo da Freiria número 5/6, em Coimbra, vem por este
meio expor a V. Ex.ª o seguinte:
1 –Em 04 de
Fevereiro, transacto, o aqui expositor e também chamado de requerente
apercebeu-se de um enorme vidro quebrado, com um orifício, presumivelmente por
vandalismo, com frente para a Rua Eduardo Coelho e nas instalações das
desaparecidas Galerias Coimbra, e, através do e-mail geral@cm-coimbra.pt, deu conta da ocorrência aos serviços da edilidade
que V. Ex.ª dirige. Saliento que é uma vidraça de, provavelmente, meia tonelada
de peso e com dimensões de 5 metros de comprimento por três de largura. Como é
costume, por que este comportamento é reiterado, não houve resposta;
2 –Os dias
foram correndo, o buraco transformou-se em buracão e o vidro foi estalando até
ficar completamente em duas partes distintas. Alegadamente, a parte superior poderia
cair em derrocada sobre os transeuntes a qualquer momento. Refiro também que na
entrada do edifício e junto a esta montra em previsível desabamento dorme
diariamente um sem-abrigo.
Pela alegada perigosidade, no dia
22 do mesmo mês de Fevereiro o requerente telefonou para a Protecção Civil e,
falando com uma funcionária, deu conta do iminente desmoronamento da vidraça
sobre alguém. Depois de ouvir e mostrando desconhecimento do facto, a simpática
senhora aconselhou a que o requerente enviasse novo e-mail –com o endereço protecaocivil@cm-coimbra.pt- mas remetido ao Presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
3 –Os dias
foram correndo com a atmosfera pachorrenta que se conhece. Mais uma vez e como
é habitual da edilidade nem “chus”
nem “bus”.
Passados 14 dias desde a segunda
comunicação, hoje 7 de Março, um morador das imediações chamou a atenção do
requerente para o estado calamitoso da vidraça. Verificado no local, constatou-se
que a parte inferior está já deslocada da superior. Não somos técnicos mas, pela
lei da gravidade, dá para ver que a qualquer momento a ruína poderá acontecer
com consequências imprevisíveis.
Durante a hora do almoço o requerente
deslocou-se à Secção de Atendimento da autarquia e expôs o problema. À
funcionária foi dito que a razão de estar ali era o facto de não haver
resposta às comunicações via electrónica e a iminente perigosidade em presença
numa artéria da Baixa de elevado movimento.
Arguiu o requerente que o que o
movia era a urgente resolução do problema e nada mais. Por outro lado, foi
sublinhado que não pretendia pagar 10 euros pela entrada de nova comunicação escrita
por via institucional. Se assim fosse, foi dito, seria enviada uma carta com
aviso de recepção ao chefe da edilidade.
TRINTA MINUTOS EM VÃO
A funcionária, simpática e prestável, pareceu
compreender que o requerente só queria mesmo falar com um responsável da
edilidade para lhe expor a situação e não estava interessado em escrever mais
sobre este caso. Começou por procurar o último e-mail, de 22 de Fevereiro, mas
a malfadada carta virtual não dava sinal de si. Interrogou: “o senhor colocou no e-mail Presidente da
Câmara Municipal de Coimbra, Dr. Manuel Machado? Se colocou só Presidente da
Câmara Municipal de Coimbra, mais que certo, o senhor presidente nem o leu!”
Pediu licença, levantou-se e
deslocou-se a outro serviço para descobrir a comunicação. Passado um bom
bocado, regressou. Eureka! Tinha descoberto o maldito: tem o número de entrada
12772/2016. Estava registado. Portanto, poderia o requerente ir à sua vida que
o assunto estava a ser tratado, foi dito assim mesmo.
Mas o requerente é um tipo
teimoso e continuou a não se dar por satisfeito. Não poderia a senhora
funcionária colocá-lo em contacto com alguém que pudesse dar provimento
imediato à questão? Sei lá, um chefe de gabinete do presidente, um assessor? Não
senhor! “Não temos ordens para isso”,
enfatizou a senhora.
Pronto!, vou ter mesmo de enviar
uma carta escrita com aviso de recepção endereçada ao Presidente da Câmara
Municipal De Coimbra, Dr. Manuel Machado, retorquiu o requerente.
“Espere, deixe-me ligar para a Protecção Civil”, atalhou antes que o
requerente se levantasse.
Atendeu fulana sua conhecida.
Como introdução, “estás bem? Já há muito
tempo que não falamos. A tua filha como é que está? Olha a minha está assim e
assado!”. E o requerente, boa alma mas com paciência limitada, começou por tamborilar os dedos na secretária para dar a impressão que estava a ficar
impaciente. Até que, no diálogo, veio à baila o assunto principal: “a matéria em questão estava nas mãos de uma
técnica”, foi assim comunicado ao requerente como ponto final na
interpelação.
TIRO NO ESCURO EM BUSCA
DE UM ALVO INEXISTENTE
Antes de transpor a porta principal da
edilidade o requerente, como o "Pensador de Rodin", começou a balouçar: e se
fizesse outra tentativa junto do agente da Polícia Municipal (PM) para falar com
fulano e sicrano? E voltou atrás. À agente da PM explicou e pediu para conversar
com A. Não estava. E B? Também não. E alguém próximo do presidente?
Depois de umas tentativas, a uma
voz feminina foi explicado o motivo do contacto. Ou seja, a inoperacionalidade dos
serviços e, em caso de acidente grave, a possibilidade do presidente, enquanto
chefe da Protecção Civil por inerência do cargo, poder ter de responder por
negligência grave. A funcionária prometeu tentar contactar a Protecção Civil
durante a tarde e ficou com o contacto telefónico do requerente para comunicar
o que houvesse de novo.
Foi dito à senhora que se não
houvesse resposta seguiria uma missiva pelo correio. Do outro lado do fio foi
dito: “o senhor é que sabe!”
Quarenta e cinco minutos depois o requerente
regressou como entrou. Isto é, foi e veio sem nada! Resposta da funcionária via
telefone: Não houve! “nicles”!
UMA PERGUNTA INDISCRETA
Em face do exposto, Senhor Presidente da Câmara
Municipal de Coimbra, Dr. Manuel Machado, pergunta o requerente, assim com uma
certa cara de pateta: o que pode fazer mais para que V. Ex.ª se interesse por
este caso?
3 comentários:
Amigo
Então vocemecê anda a gastar as meias solas atrás da gatunagem.
Oh alma de Deus, não foi você que disse que o prédio pertencia a um banco com balcão aí na cidade?
Não sabe o amigo que os bancos de todo o planeta num relâmpago enviam massa uns aos outros? E que quase toda ela vai mais podre e mal cheirosa que a água numa bacia em casa de alterne? E que estrumadas estão essas casas onde se assembla gente fétida e imoral que dita leis mas não as cumpre, de pequena ré que tanto gosta de lugares soalheiros como as Ilhas Caimão ou países que se erguem masjetosos com os lucros da criminalidade do mundo, assim como a Suíça?
Então vocemecê não está a ver o jogo? Não se apercebe que o árbitro está comprado e a equipa adversária está fora das quatro linhas?
Vossa senhoria tem cá uma coragem!
Só por isso mando- lhe u grande abraço
Álvaro José da Silva Pratas Leitao
Boa Noite Caro Senhor: É com enorme tristeza que leio a sua inquestionável tenacidade junto das autoridades (competentes) que deveriam tratar imediatamente do caso que refere, mas que infelizmente só lhe trouxe frustração.Infelizmente a burocracia tem este lado perverso de criar situações ambíguas que protegem os infratores.
Se quiser ver uma situação muito parecida com a sua, recomendo-lhe que leia o livro de banda desenhada, Astérix e Obélix. Mas é evidente que se quisesse o seu problema resolvido em tempo útil, teria de ter em seu poder um cantil de poção mágica.
Um grande abraço pela tenacidade e coragem.
já pensou em atirar meia dúzia de pedras para fazer cair o vidro e garantir assim que, por um lado, ninguém se irá aleijar e por outro, que alguém passe a tomar conta da ocorrência?
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