(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Gostava de ser criança todo o momento,
esquecer as
maldades de certos senhores,
fazer de
conta que o viver é um fragmento,
um ai, um respiro, uma nuvem de vapores,
a ferida
consolada por milagroso unguento
abraço e beijo da paz, símbolos de amores,
esquecer a
invasão perene do desalento,
como se a
vida fosse só tristeza e rancores,
quem me dera
ser infante, viver ao relento,
largar tudo,
esquecer os recebidos favores,
partir para
longe, sem tino, ao sabor do vento,
dos seus sopros
fazer harmonia em mil cores,
seguir o
horizonte sem cuidado de sustento,
sentir a
ternura pura de um ramo de flores,
ter um
grande amor que fosse o batimento,
o toque de Trindades
dos agricultores,
que me
sussurrasse: “és o meu fermento,
o Sol da minha vida, espírito dos
sabores,
abraça-me e beija-me, meu encantamento.”
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