OS VELHOS PRECOCES
Há anos que nos vemos e encontramos na
rua,
havia sempre
um bom dia e brilho num olhar,
agora carregam
sobre as costas o peso da Lua,
o mundo da
solidão, no seu incomensurável pesar,
transportam o
sofrimento estampado na face crua,
espetam no
chão a dureza das alpercatas no calcar,
curvados
sobre obliquas linhas turvas de amargura,
triste vida,
tortuoso caminho, lhes havia de calhar,
os novos
velhos envelhecidos que perderam a candura,
fantasmas
presos a um tempo com medo a destilar,
são os agora
transeuntes que acarreiam a loucura
num destino,
sem horizonte, sem esperança de amar,
estão
condenados a sobreviver neste inferno de tortura!
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