quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A VERGONHA QUE ENVERGONHA A PRÓPRIA VERGONHA (2)



 Como vem sendo hábito há vários anos, neste Agosto de canícula, mais uma vez se irá realizar a feira das cebolas na Praça do Comércio. Há algum enguiço com a realização deste certame? A meu ver não. Então por que, mesmo antes de o ser, já estou a mandar ferroada?
É que já há vários anos ando para aqui a escrever, como tolinho –porque só os tolos agem assim- a dizer que aqueles horríveis barracões de madeira não estão de acordo com o respeito que a mais antiga praça de Coimbra merece. Só para relembrar, este chão sagrado, onde a partir do século XV teria sido um mercado popular até ao XIX, tem no seu seio um templo românico, do século XII, a Igreja de São Tiago.
Poderemos até pensar que estamos em tempo de contenção financeira e, com esta premissa, desculpar o acto atentatório contra a dignidade monumental da cidade, mas, nesse caso, como entender que o município, na semana passada, assinasse um protocolo com uma associação de gatos e se comprometesse mensalmente, durante quatro anos, a pagar-lhe 600 euros para que a defensora dos felinos distribua comer aos animais e trate da sua saúde? Como é que se consegue entender estes absurdos critérios? Tenho alguma coisa, pessoal, contra as duas entidades em causa, Câmara e Associação dos Gatos? E já agora contra a entidade co-responsável pela feira, nomeadamente, o Grupo Folclórico “Os camponeses de Vila Nova. Nada. Absolutamente nada! Dentro da minha parvoíce assumida, o que me chateia é haver dinheiro para o acessório e não haver para o essencial. Só isso!


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