Como vem sendo hábito há vários
anos, neste Agosto de canícula, mais uma vez se irá realizar a feira das
cebolas na Praça do Comércio. Há algum enguiço com a realização deste certame?
A meu ver não. Então por que, mesmo antes de o ser, já estou a mandar ferroada?
É que já há vários anos ando para
aqui a escrever, como tolinho –porque só os tolos agem assim- a dizer que
aqueles horríveis barracões de madeira não estão de acordo com o respeito que a
mais antiga praça de Coimbra merece. Só para relembrar, este chão sagrado, onde
a partir do século XV teria sido um mercado popular até ao XIX, tem no seu seio
um templo românico, do século XII, a Igreja de São Tiago.
Poderemos até pensar que estamos
em tempo de contenção financeira e, com esta premissa, desculpar o acto
atentatório contra a dignidade monumental da cidade, mas, nesse caso, como
entender que o município, na semana passada, assinasse um protocolo com uma
associação de gatos e se comprometesse mensalmente, durante quatro anos, a
pagar-lhe 600 euros para que a defensora dos felinos distribua comer aos
animais e trate da sua saúde? Como é que se consegue entender estes absurdos
critérios? Tenho alguma coisa, pessoal, contra as duas entidades em causa,
Câmara e Associação dos Gatos? E já agora contra a entidade co-responsável pela
feira, nomeadamente, o Grupo Folclórico “Os camponeses de Vila Nova. Nada.
Absolutamente nada! Dentro da minha parvoíce assumida, o que me chateia é haver
dinheiro para o acessório e não haver para o essencial. Só isso!
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