(Imagens da Web)
Victor Campos, o mais velho dos
irmãos com o mesmo nome, uma das cintilantes estrelas da Académica dos finais
de 1960 e princípio de 1970, de 67 anos, sofreu ontem um AVC, Acidente Vascular
Cerebral, muito grave. Segundo alguém próximo, muito amigo e de lágrimas nos
olhos, “foi mesmo muito grave, mas, felizmente, já está estabilizado. Caramba!
A vida é muito injusta!”
Tive a honra de conhecer os
irmãos Campos, o Mário e o Victor, em finais de 1960, quando a Académica estava
no auge. Trabalhava eu então no Café Mandarim. Nessa altura, tal como o
restante plantel, como, por exemplo, o Belo, o Rocha, o Andrade, e outros que, para nosso pesar, já faleceram, eram todos de uma delicadeza e simplicidade indescritíveis e de
um trato imensurável para toda a gente que os rodeava. Quando comparamos os
futebolistas de hoje, dos grandes clubes, penso para mim que todos estes
grandes jogadores foram muito mal pagos e merecedores de outra glória que não
tiveram. Quase trabalhavam por amor à camisola.
Quis o destino que nos últimos
meses tivesse a sorte de voltar a reencontrar os irmãos Campos e,
particularmente, a simpatia do Victor Campos. Desde Fevereiro que, à noite, quase
diariamente, nos encontrávamos no Café Trianon. Naquela sua forma de menino
intemporal, com caracóis ao vento e boné à anos 30 enterrado na cabeça, voltámos
a recordar o velho Mandarim e as suas histórias, onde veio à baila os tão
conhecidos empregados do celebérrimo café da Praça da República, desde o
Mendes, ao Talina, ao Tarrafa, ao Hugo ao Pardal, ao Fernando Gomes e outros
tantos que agora não lembro. Prometi-lhe que um dia destes publicaria algumas
histórias, que escrevi sobre o velho café do senhor Antunes, no jornal O
Despertar. Ficou assente que o avisaria para que ele pudesse ler.
Foi com profunda consternação que
a notícia caiu como uma bomba, ontem, no mais afamado café da zona de Celas, o
Trianon, na Praça Fausto Correia. A conversa, durante o serão e até às 2h00,
deste nefasto acontecimento não poderia ser outra.
Daqui do meu cantinho, com um
enorme abraço de amizade, faço votos, muito sinceros, para que o “nosso” Victor
recupere depressa deste abalo telúrico que invadiu o seu corpo. Torço com muita
força para que um dos maiores ícones de futebol vivos, da nossa terra, e que
com a sua equipa tantas glórias deram à minha geração, saia depressa da
convalescença forçada.
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"O Qem Gui"
1 comentário:
vamos rezar para vencer o mais difícil jogo da sua vida tenho fé...
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