quarta-feira, 12 de junho de 2013

UM ÍCONE DO NOSSO FUTEBOL DEBILITADO

(Imagens da Web)


 Victor Campos, o mais velho dos irmãos com o mesmo nome, uma das cintilantes estrelas da Académica dos finais de 1960 e princípio de 1970, de 67 anos, sofreu ontem um AVC, Acidente Vascular Cerebral, muito grave. Segundo alguém próximo, muito amigo e de lágrimas nos olhos, “foi mesmo muito grave, mas, felizmente, já está estabilizado. Caramba! A vida é muito injusta!”
Tive a honra de conhecer os irmãos Campos, o Mário e o Victor, em finais de 1960, quando a Académica estava no auge. Trabalhava eu então no Café Mandarim. Nessa altura, tal como o restante plantel, como, por exemplo, o Belo, o Rocha, o Andrade, e outros que, para nosso pesar, já faleceram, eram todos de uma delicadeza e simplicidade indescritíveis e de um trato imensurável para toda a gente que os rodeava. Quando comparamos os futebolistas de hoje, dos grandes clubes, penso para mim que todos estes grandes jogadores foram muito mal pagos e merecedores de outra glória que não tiveram. Quase trabalhavam por amor à camisola.
Quis o destino que nos últimos meses tivesse a sorte de voltar a reencontrar os irmãos Campos e, particularmente, a simpatia do Victor Campos. Desde Fevereiro que, à noite, quase diariamente, nos encontrávamos no Café Trianon. Naquela sua forma de menino intemporal, com caracóis ao vento e boné à anos 30 enterrado na cabeça, voltámos a recordar o velho Mandarim e as suas histórias, onde veio à baila os tão conhecidos empregados do celebérrimo café da Praça da República, desde o Mendes, ao Talina, ao Tarrafa, ao Hugo ao Pardal, ao Fernando Gomes e outros tantos que agora não lembro. Prometi-lhe que um dia destes publicaria algumas histórias, que escrevi sobre o velho café do senhor Antunes, no jornal O Despertar. Ficou assente que o avisaria para que ele pudesse ler.
Foi com profunda consternação que a notícia caiu como uma bomba, ontem, no mais afamado café da zona de Celas, o Trianon, na Praça Fausto Correia. A conversa, durante o serão e até às 2h00, deste nefasto acontecimento não poderia ser outra.
Daqui do meu cantinho, com um enorme abraço de amizade, faço votos, muito sinceros, para que o “nosso” Victor recupere depressa deste abalo telúrico que invadiu o seu corpo. Torço com muita força para que um dos maiores ícones de futebol vivos, da nossa terra, e que com a sua equipa tantas glórias deram à minha geração, saia depressa da convalescença forçada.

1 comentário:

Anónimo disse...

vamos rezar para vencer o mais difícil jogo da sua vida tenho fé...