“Ó pá, o que aconteceu ao Filipe? Ainda de manhã
estava ali. Agora passei, olhei e já não tem lá nada?!” –Foi assim que um meu
amigo se me dirigiu há bocado.
Neste mês de Junho, o Filipe, com
estabelecimento na Rua Eduardo Coelho, foi o quinto comerciante a cerrar portas, aqui, nas ruas estreitas da Baixa. O meu amigo mensageiro, com um ar "apardalado", dividido entre a preocupação e a surpresa, a balouçar entre a constatação e a interrogação, enfatizava assim: “é pá, isto
provoca-nos uma sensação de angústia, não achas? Uma pessoa fica triste! Que
coisa esta, Luís! Vamos todos encerrar, não vamos?”
"Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
(Maiakovsky)
"Primeiro levaram os negros, Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso
Eu também não era operário.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis, Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.
Também não me importei.
Agora estão me levando, Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo."
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo."
(Bertold Brecht (1898-1956))
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar... "
já não havia mais ninguém para reclamar... "
(Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas)
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