Na segunda-feira, dia 3, dei-me
conta da tenda do IPO na Praça do Comércio. Ao ser interpelado, pela voluntária, para contribuir prometi passar mais tarde e fazer um artigo para o blogue. Num
daqueles olhares imediatos para o logótipo presente no pequeno pavilhão,
mentalmente, nem sequer questionei se, perseguindo exactamente o mesmo objecto
social, haveria várias instituições com o mesmo logos no país. Para mim, Instituto Português de Oncologia, tal
como o nome indica, seria unicamente um só. Se alguém me dissesse o contrário
não teria acreditado.
Hoje fui surpreendido pelos
títulos de primeira página dos dois matutinos da cidade, o Diário de Coimbra e o Diário
as Beiras, curiosamente iguais, “IPO DE COIMBRA DEMARCA-SE DE CAMPANHA DE
DONATIVOS”. Já no tratamento da notícia, no interior e na interpretação
do texto provindo da Lusa, os dois
jornais seguem caminhos opostos no subtítulo. No Diário as Beiras aparece assim: “IPO/Coimbra denuncia campanha de
donativos”. No Diário de Coimbra
saiu assim: “IPO de Coimbra diz nada ter a ver com recolha de donativos –Esclarecimento
Unidade hospitalar diz ser alheia a campanha que usa logótipo da instituição”.
O que é aconteceu? Pergunto a mim mesmo. Várias
questões se levantam, mas, antes de prosseguir com especulações e que as deixo
ao leitor, talvez fosse bom ir ouvir quem está no meio do olho do vulcão. Ou
seja, Fátima Assis, a responsável na cidade pelas campanhas de angariação de
fundos para o Instituto Português de
Oncologia de Lisboa Francisco Gentil E.P.E. (Entidade Pública Empresarial). Interrogo, que confusão é esta, Fátima?
“Sinceramente nem sei o que lhe
diga. Fomos hoje apanhados de surpresa pelas notícias. Esta é uma iniciativa
que, amiúde, o IPO de Lisboa realiza do Norte ao Sul do País para angariar
fundos. Somos todos voluntários, cerca de meia-dúzia de pessoas, e, para além
das ajudas de custo, alojamento, alimentação e transporte, não ganhamos nada. O
IPO de Lisboa, tal como pode ler neste folheto, articula-se, de igual forma,
com os Institutos de Oncologia de Coimbra e do Porto, através da Comissão
Coordenadora, nos termos da legislação em vigor. É meu entendimento que nas
declarações prestadas pelo IPO de Coimbra há desonestidade intelectual; uma
clara falta de camaradagem. Foram todos muito injustos, incluindo a Lusa,
enquanto central de Notícias e os próprios jornais. Ninguém se deu ao trabalho
de nos ouvir. Nós estamos licenciados pela Câmara Municipal de Coimbra –e
aponta a licença de ocupação de espaço público. Ainda hoje esteve aqui a
Polícia Municipal a verificar e estava tudo bem. É óbvio que nos sentimos
maltratados, ofendidos e injustiçados. Parece que nos estão a chamar vigaristas!
Mas não é por isso que não vamos continuar aqui com este serviço altruísta até ao próximo dia 16. Se são
parciais nas apreciações é um problema deles, não nosso. Nós estamos a fazer o
que entendemos por bem. Todas as verbas obtidas são canalizadas para o IPO de
Lisboa. Não aceitamos donativos. Aceitamos sim uma contribuição a troco de um
objecto –repare que é tudo controlado. A cada artigo terá de corresponder o
valor atribuído pela instituição. Claro que hoje, depois das publicações nos
periódicos, sentimos algum incómodo, mas explicamos às pessoas e, parece-nos,
entendem bem a situação.
Foi muito mau. Não queremos nada,
e a todos perdoamos. No entanto, pelo princípio da transparência a que todos os
meios de informação estão obrigados, para a próxima, antes de escreverem,
venham falar connosco.”
Sem comentários:
Enviar um comentário