sábado, 29 de junho de 2013

MORREU MÁRIO NUNES





 Subitamente, esta manhã, faleceu Mário Nunes. Pela primeira vez, conheci este homem por volta de 1982, era ele então funcionário bancário, salvo erro do BNU, Banco Nacional Ultramarino, ali em frente ao café Nicola. Na altura ele escrevia para o Diário de Coimbra em crónica semanal, se a memória não me atraiçoa, ao Domingo. Como eu, de vez em quando, também publicava uns desabafos no mesmo jornal começámos a falar-nos. Para além disso, ele estacionava o carro no largo da Sé Velha diariamente e, como eu tinha o café com o mesmo nome no vetusto largo histórico, passámos a entabular conversa facilmente. Acompanhei de perto, em 1987, o Congresso Internacional “Alta, que futuro?” promovido por ele enquanto presidente do GAAC, Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. Entretanto licenciou-se em História, na Universidade, e aposentou-se da entidade bancária onde prestava serviço. Fui sempre acompanhando o seu percurso até que se tornou vereador da Cultura, em 2002, da Câmara Municipal e à frente da Coligação por Coimbra.
Mário Nunes era um gentleman. Um homem gentil de um sorriso largo e fantástico. Era um lisonjeador. Fomos sempre falando. Ainda há poucos dias, um pouco magro e de aspecto cansado, me encontrou e, naquela sua forma de bom comunicador, me dizia: “ó Luís, as suas crónicas n’O Despertar são fantásticas. Nunca perco uma”. E eu, meio encavacado, lá lhe fui dizendo: lá está o senhor a lisonjear-me. Você é um adulador nato. Infelizmente, para mim, para Coimbra, para todos nós, Mário Nunes deixou-nos. Se todos na morte somos boas pessoas, para mim, este homem, para além de ser o paradigma do homem pobre que vem do interior e sobe a corda a pulso- era natural de Espinhal, ali ao lado de Penela-, sempre me considerou e me fez ver que era uma óptima pessoa. As minhas sinceras condolências à família. Paz à sua alma. Coimbra está de luto.

(PRESSA INIMIGA DA RECTIDÃO: ontem, por lapso de memória, escrevi que Mário Nunes era licenciado em direito e foi presidente da ADDAC. Como se vê, agora pela substituição, houve erro da minha parte. À família enlutada as minhas desculpas)

  

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