Subitamente, esta manhã, faleceu
Mário Nunes. Pela primeira vez, conheci este homem por volta de 1982, era ele
então funcionário bancário, salvo erro do BNU, Banco Nacional Ultramarino, ali
em frente ao café Nicola. Na altura ele escrevia para o Diário de Coimbra em
crónica semanal, se a memória não me atraiçoa, ao Domingo. Como eu, de vez em
quando, também publicava uns desabafos no mesmo jornal começámos a falar-nos.
Para além disso, ele estacionava o carro no largo da Sé Velha diariamente e,
como eu tinha o café com o mesmo nome no vetusto largo histórico, passámos a
entabular conversa facilmente. Acompanhei de perto, em 1987, o Congresso
Internacional “Alta, que futuro?” promovido por ele enquanto presidente do
GAAC, Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. Entretanto licenciou-se em
História, na Universidade, e aposentou-se da entidade bancária onde prestava
serviço. Fui sempre acompanhando o seu percurso até que se tornou vereador da
Cultura, em 2002, da Câmara Municipal e à frente da Coligação por Coimbra.
Mário Nunes era um gentleman. Um homem gentil de um sorriso
largo e fantástico. Era um lisonjeador. Fomos sempre falando. Ainda há poucos
dias, um pouco magro e de aspecto cansado, me encontrou e, naquela sua forma de
bom comunicador, me dizia: “ó Luís, as suas crónicas n’O Despertar são
fantásticas. Nunca perco uma”. E eu, meio encavacado, lá lhe fui dizendo: lá
está o senhor a lisonjear-me. Você é um adulador nato. Infelizmente, para mim,
para Coimbra, para todos nós, Mário Nunes deixou-nos. Se todos na morte somos
boas pessoas, para mim, este homem, para além de ser o paradigma do homem pobre
que vem do interior e sobe a corda a pulso- era natural de Espinhal, ali ao
lado de Penela-, sempre me considerou e me fez ver que era uma óptima pessoa.
As minhas sinceras condolências à família. Paz à sua alma. Coimbra está de
luto.
(PRESSA INIMIGA DA RECTIDÃO:
ontem, por lapso de memória, escrevi que Mário Nunes era licenciado em direito
e foi presidente da ADDAC. Como se vê, agora pela substituição, houve erro da
minha parte. À família enlutada as minhas desculpas)
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