(Imagem da Web)
A cidade ficou mais pobre. Ontem
faleceu em Lisboa, onde estava internado para tratamento, Aristo Brandão, de 72 anos.
Durante a sua vida profissional foi engenheiro agrónomo no Ministério da Agricultura, aqui
em Coimbra, e de onde se aposentou.
Tive o grato prazer de o conhecer
há cerca de 20 anos, e nestes últimos anos, falávamos muito. Acompanhei relativamente
a sua doença, um cancro, que se lhe atravessou no caminho há pouco mais de um
ano. Era um homem cheio de vida, preso à existência como poucos, e com uma
sensibilidade inata para as artes. Era uma pessoa simples, modesta, e que não
gostava de dar nas vistas. Embora já esperasse a notícia –ontem mesmo fiquei a
saber que estava à espera do último suspiro-, não deixa de causar consternação
ver partir uma pessoa tão agarrada ao gosto de viver.
A vida é uma passagem, já se
sabe, é apenas um tempo entre um grito de nascimento e um suspiro de apagamento, e nesta caminhada vamos fixando alguns rostos que, de uma maneira ou de
outra, se vão cruzando nesta estrada a que todos apelidamos de vida. Gostei
muito de ter conhecido o Brandão. Não voltará mais a visitar-me e a dizer-me
que comprou um quadro espectacular de um pintor desconhecido mas que, pelo
traço, tinha a certeza de que ali estava uma boa obra. Aprendi muito com ele. Que
descanse em paz! Até um dia, meu amigo.
O féretro sairá de Lisboa amanhã
em direcção a Arouca, de onde o Aristo era natural, para o cemitério do Burgo.
O Funeral será pelas 15h00.
À sua viúva, e também minha
amiga, aos sobrinhos e restantes familiares, nesta hora difícil, os meus
sentidos pêsames.
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