Nesta noite passada, eram
precisamente 3 horas da manhã quando um grande estrondo ecoou na Rua Eduardo
Coelho, em frente ao Largo da Freiria, me acordou e certamente outros residentes. A seguir outro ribombar igual ou maior que o anterior.
Levantei-me a correr da cama e, a caminho da janela, pensei: está acontecer um
assalto! Foi então que vi que eram os funcionários camarários da limpeza urbana
em laboração.
Há poucos meses, neste mesmo largo, cerca das 3h30 da manhã, fui acordado com o bater repetido em ferro durante
mais de 15 minutos. E o que era? Dois funcionários camarários da recolha de
lixo, sem material apropriado, estavam numa azáfama, batendo com um ferro, a tentarem
separar o motor de um frigorífico e certamente para (se) aproveitarem o cobre.
Desci e vim falar com eles. Interroguei-os se, por acaso, entendiam se aquele serviço
que estavam a fazer, com todo o barulho associado, deveria ser feito ali, com
pessoas a dormir. Olharam para mim, como se eu fosse um extraterrestre, murmuraram
qualquer coisa, assim no género “nós não estamos a fazer barulho”, pegaram no
frigorífico e “PUM!”. Num desprezo absoluto pela minha argumentação,
deixaram-no cair no pequeno carro de transporte de resíduos com grande fragor.
Se todos devemos respeitar quem
trabalha, sobretudo durante a noite, não é menos verdade que estes
trabalhadores deverão estar sensibilizados para o mal-estar que podem causar a quem
descansa. Talvez fosse bom o vereador do pelouro debruçar-se sobre esta matéria, já para não falar que, a meu ver, a recolha deveria ser feita mais
cedo. Não o podendo ser por questões de logística, ou até pela “Latada”, no
mínimo, pede-se algum respeito por quem mora na Baixa.
(TEXTO ENVIADO PARA CONHECIMENTO À CMC)
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