sexta-feira, 18 de março de 2016

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA




POR MÁRCIO RAMOS

Todos nós ficámos   em choque com desaparecimento  de alguém  grande das artes. Escrevo, claro, da morte de Nicolau Breyner  que, indiscutivelmente,  marcou gerações desde “O Senhor Feliz” até ao “Eu show Nico”. Desempenhou também um papel, quanto a mim bastante emblemático, numa novela  de nome “Cinzas” onde fazia de securas, um bêbado que de bêbado tinha pouco. Unanimemente, era adorado  por todos,  algo raro em Portugal. Sem dúvida, foi uma figura central  na ficção  nacional  da cultura portuguesa. Para além disso, ajudava novos actores no início da carreira, como foi o caso de Herman José. Isto sem nunca querer receber nada em troca.  Fez muito pelo país, pela cultura,  e, a meu ver, muitas vezes não se viu isso.
Voltemos a nossa cidade. Coimbra é por mérito próprio capital da cultura. Se bem que se contem pelos dedos de uma mão os teatros que espalham a sabedoria na urbe. No entanto, embora a maioria dos portugueses conheça melhor o de Lisboa pela classificação de Património Imaterial da Humanidade, temos o nosso fado, a canção coimbrã, entre um e outro, mais profundo na saudade. Temos também duas bibliotecas, uma delas a Joanina com um esplendor universal. Possuímos a Universidade de Coimbra, a mais antiga de Portugal e a 16ª do mundo, símbolo de saber e prestigiada em todo o planeta.
Temos ainda museus de renome, como o Nacional Machado de Castro, e igrejas construídas antes da Fundação da Nacionalidade, como, por exemplo, a Igreja de Santa Cruz e, ex aequo, Panteão Nacional. Como edificado, temos muito património, algum relativamente preservado e outro nem por isso e abandonado à sua sorte.
Do mesmo modo que Nicolau Breyner desenvolveu as artes, Coimbra é um centro nevrálgico para a cultura nacional e mundial. Então gostava de apresentar uma proposta: por que não chamar à futura Via Central Avenida Nicolau Breyner? É certo que não viveu cá, mas que importa isso? Seria uma forma de homenagear alguém que deu o melhor de si para desenvolver a cultura.



1 comentário:

Anónimo disse...

Se o Márcio acha que sim, por que não? Por que sim?