POR MÁRCIO RAMOS
Todos
nós ficámos em choque com desaparecimento de alguém
grande das artes. Escrevo, claro, da morte de Nicolau Breyner que, indiscutivelmente,
marcou gerações desde “O Senhor Feliz” até ao “Eu show Nico”. Desempenhou também
um papel, quanto a mim bastante emblemático, numa novela de nome “Cinzas”
onde fazia de securas, um bêbado que de bêbado tinha pouco. Unanimemente, era
adorado por todos, algo raro em Portugal. Sem dúvida, foi uma figura
central na ficção nacional da cultura portuguesa. Para além
disso, ajudava novos actores no início da carreira, como foi o caso de Herman José.
Isto sem nunca querer receber nada em troca. Fez muito pelo país, pela
cultura, e, a meu ver, muitas vezes não se viu isso.
Voltemos
a nossa cidade. Coimbra é por mérito próprio capital da cultura. Se bem que se
contem pelos dedos de uma mão os teatros que espalham a sabedoria na urbe. No
entanto, embora a maioria dos portugueses conheça melhor o de Lisboa pela classificação de Património Imaterial da Humanidade, temos o nosso fado, a canção coimbrã, entre um e outro, mais profundo na saudade. Temos também duas
bibliotecas, uma delas a Joanina com um esplendor universal. Possuímos a Universidade
de Coimbra, a mais antiga de Portugal e a 16ª do mundo, símbolo de saber e prestigiada
em todo o planeta.
Temos ainda museus de renome, como o Nacional Machado de Castro, e
igrejas construídas antes da Fundação da Nacionalidade, como, por exemplo, a
Igreja de Santa Cruz e, ex aequo, Panteão Nacional. Como edificado, temos muito
património, algum relativamente preservado e outro nem por isso e abandonado à
sua sorte.
Do mesmo
modo que Nicolau Breyner desenvolveu as artes, Coimbra é um centro nevrálgico
para a cultura nacional e mundial. Então gostava de apresentar uma proposta:
por que não chamar à futura Via Central Avenida Nicolau Breyner? É certo que
não viveu cá, mas que importa isso? Seria uma forma de homenagear alguém que
deu o melhor de si para desenvolver a cultura.
1 comentário:
Se o Márcio acha que sim, por que não? Por que sim?
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