quinta-feira, 16 de junho de 2016

O ESPÓLIO DO SPORTING NACIONAL ESTÁ ACAUTELADO?



Segundo me apercebi hoje, o recheio do Sporting Nacional, uma prestigiada colectividade com assento no Largo da Freiria, foi vendido pelo banco BPI, proprietário do imóvel onde, durante décadas, foi a sede deste famoso clube fundado em 1919. Trata-se, sobretudo, de algum mobiliário –que, saliento, não é o que está em causa-, muitos troféus e várias fotografias de competições e de atletas, isto sim, este espólio deverá ser de relevante importância cultural.
Era bom saber se o interesse maior da cidade foi acautelado. Embora duvide, pode até ter sido, mas deixo aqui o alerta.
Como já é hábito, ninguém se importa com o passado glorioso e, acima de tudo, que poderia enriquecer a cidade na sua vertente histórica e museológica. É o malhar no ferro frio. Só para lembrar, já foi assim com o desmantelamento do Museu Nacional da Ciência e da Técnica, já foi assim com a Cicade, a última fábrica de barros de Coimbra, em que dezenas e dezenas de moldes, alguns de Cabral Antunes, foram destruídos à martelada. De pouco vale estrebuchar. O final é sempre anunciado antecipadamente. A cultura, uma solidariedade simpática, é sempre o instrumento político mais à mão e só se discute quando toca interesses pessoais.
Em 2009, já com o acervo em muito mau estado de conservação, neste blogue, lancei um apelo para salvar esta agremiação com tanto passado na cidade e mais propriamente na Baixa. Cheguei a falar com o então presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, Carlos Clemente –que se disponibilizou. Para além de Manuel Magalhães, ex-atleta e já falecido, contactei outros dos poucos associados mas nenhum se mostrou interessado em salvar o glorioso clube e o resultado está à vista.

(TEXTO REMETIDO, PARA CONHECIMENTO, À CÂMARA MUNICIPAL)

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