quarta-feira, 23 de setembro de 2015

COMERCIANTES PREOCUPADOS COM EXCESSO DA AUTARQUIA




Segundo os desabafos de alguns comerciantes da calçada -Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz-, a semana passada a fiscalização municipal andou a fotografar os expositores das lojas e ao mesmo tempo a informar que o novo regulamento apenas contempla um móvel ambulante para venda de postais, por exemplo.
Como já é normal nestas coisas, vai-se dos oito para o oitenta. Isto é, se a maioria detém três e quatro expositores –o que pode ser considerado manifestamente muito-, seria de supor que no meio estaria a virtude. Ou seja, dois expositores não escandalizaria ninguém. Mas não, parecendo que quem vier depois é sempre pior para quem está, este executivo tinha de deixar bem vincado que não alinha em pitoresco e tradição. Com isto não quero dizer que não haja abusos por parte dos operadores comerciais –e, por vezes, há mesmo. Até já escrevi sobre isso, sobretudo, nas ruas estreitas quando, por se ocupar metade da via, os bombeiros são impedidos de aceder a um sinistro. Mas, reitero, se esta Câmara de maioria socialista não quer ser vista como inimiga da classe comercial, por obrigação, terá de ter alguma sensibilidade. Na minha opinião, e vale o que valer, nos últimos tempos tem havido algumas medidas que, porque parecem discriminatórias e não levando em conta o valor maior da cidade, à luz do bom-senso não são entendíveis.
Era altura dos chefes de divisão, políticos de carreira e outros a tempos parciais entendessem que, cada vez mais, um profissional do comércio é um bailarino a dançar no fio da navalha e que, contrariamente aos primeiros, quando coloca a chave na porta logo de manhã nunca sabe com que proveitos pode contar no fim do dia. Vá-se lá compreender esta falta de sensibilidade?!? Já que por esta via não se consegue, ao menos, tenham em conta que a cidade, na sua singularidade, é um aglomerado de costumes, com cheiros, ruídos, cores e exposição recreativa e que mexer sem cuidado é destruir o seu património.

1 comentário:

Super-febras disse...

Amigo

Estes meio de controle e opressão de uma camada não grata da sociedade não é nada de novo.
A partir de meados dos anos trinta do século passado ficaram bem registados, em livro, fotografia e até em bobine fotográfica pensando estes autores, artistas e documentaristas que nunca mais nos iríamos esquecer, as atrocidades e perseguições de um povo que hoje dirige como bem quer o velho continente como se tivéssem com todos os louros ganho a grande guerra, especialmente ao comércio liderado por um grupo de indesejáveis a quem se apontavam as culpas de todo o mal dentro de uma sociedade satanica.
Sabe, quem muito gasta na taberna pouco o faz na loja! Como o poder de compra é só um, aquilo que se gasta no comércio tradicional faz falta nos impérios comerciais.

Um grande abraço
Álvaro José da Silva Pratas Leitao