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Medida - "Comércio
Investe"
Escrito por CPPME. Publicado em Tomadas de
Posição
COMÉRCIO INVESTE
Uma panaceia que não resolve o
problema de fundo
O Governo fez publicar a Portaria
nº 236/2013, de 24 de Junho afirmando que visa “a modernização e revitalização
da actividade comercial, particularmente em centros de comércio com predomínio
de comércio independente de proximidade, em zonas urbanas ou rurais…”. Na
opinião da CPPME, com esta Portaria, estes objectivos não irão ser atingidos!
Depois de mais de duas décadas de
políticas que dizimaram milhares de micro e pequenas empresas (MPE) do
comércio, em função das grandes empresas da globalização, mega centros
comerciais e grandes superfícies nacionais e transnacionais, o Governo, tal
como os executivos anteriores, volta a apostar numa estratégia de puro
marketing político.
O presente Regulamento define
regras aplicáveis à “Medida” - COMÉRCIO INVESTE, mas uma vez mais, não responde
aos problemas reais com que o comércio das micro e pequenas empresas há muito
se debate. Mais, as experiências anteriores (URBCOM e MODCOM), também não
conseguiram responder à questão central, concretamente, a degradação do sector,
com a falta que faz à solvabilidade de todo o circuito económico interno
nacional e naturalmente à fundamental produção de índole nacional.
A CPPME, ao analisar mais este
“apetrecho publicitário”, conclui que o Governo não faz a mínima ideia dos
principais problemas do sector, que passam, não só pelo definhamento constante
do poder de compra dos portugueses, bem como pela insistência no erro de não
definir as micro e pequenas empresas deste sector como actores económicos
essenciais ao desenvolvimento do país, mantendo o alinhamento pelas grandes
empresas nacionais e transnacionais, que têm sido, os maiores responsáveis
pelos grandes índices de importação, prejudicando largamente a produção
nacional.
Desta forma, a CPPME sublinha que
mais do que qualquer programa, o que mais necessita o comércio nas MPE são
fundamentalmente clientes! E esses, ora têm desaparecido, ora têm sido
desviados para os Senhores da Globalização!
Nesta nova pretensão governativa
os apoios nunca poderão exceder os 40% do montante global investido, o que quer
dizer que cada empresário terá de dispor de pelo menos 60% do capital, seja por
via própria ou através de qualquer recurso ao sistema financeiro (Banca).
O Governo denota, no mínimo, um
claro desfasamento da realidade, já que a maior parte destas micro e pequenas
empresas lutam pura e simplesmente pela sobrevivência, sem possibilidade de
poderem dispor de capitais próprios, em função do que foram sujeitas durante as
últimas duas décadas. Além disso, a Portaria remete-nos para soluções
colectivas de Empresas ou Associações, fazendo-nos lembrar um URBCOM que
redundou num autêntico fracasso.
Porque não terá o poder político
aprendido com erros passados?
A CPPME, entre várias outras
soluções, acredita que a revitalização deste sector, mais concretamente a
atracção de clientes, passa essencialmente:
1- Pela
coexistência, nas ruas das cidades e vilas do país e não em mega centros
comerciais, entre micro e pequenas empresas e marcas globais.
2- Pela
criteriosa e dinâmica Gestão Profissional de Cidade.
3- Pela
clara melhoria nos acessos, não só pedonais, como também ao nível da quantidade
e qualidade dos estacionamentos automóveis nas zonas comerciais, a taxas
simbólicas, por maior segurança, arranjo urbanístico e limpeza nas zonas
comerciais dos núcleos urbanos das MPE.
4- Pela
Reforma Fiscal que desonere as MPE, dos elevados encargos tributários.
5- Pela
melhoria no poder de compra dos Portugueses.
Seixal, 20 de Setembro de 2013
O Executivo da Direcção da CPPME
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